Uma fórmula de Campos na corrida com lítio
03/06/2023 08:56 - Atualizado em 03/06/2023 09:31
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]A participação da equipe na Fórmula SAE, com carro elaborado por equipe de estudantes do Instituto Federal Fluminense (IFF), campus Centro, foi adiada para 2024, porém, os integrantes continuam trabalhando no crescimento da equipe. O projeto de desenvolvimento do veículo de corrida para a competição conta com avanços na área elétrica onde está sendo estudado o uso de baterias lifepo4 (um tipo de bateria de lítio) e na área de mecânica. Apesar dos grandes desafios, os estudantes estão determinados e confiantes, movidos pelo desejo de participar da competição e de trazer mais ciência e tecnologia para a região Norte Fluminense.

Vale salientar que o projeto foi aprovado no Programa de Apoio a Equipes Discentes em Projetos de Base Tecnológica Para Competições de Caráter Educacional, edital da FAPERJ que financiará parte da construção de um novo veículo, dessa vez nos parâmetros do regulamento da Fórmula SAE Brasil, e que seria apresentado na competição de 2023, que ocorrerá em Piracicaba (SP). “No entanto, para o ano de 2023, infelizmente, houve um atraso no repasse da verba prevista para o projeto, o que desabilitou essa janela de oportunidade para inscrição na competição (que envolve uma taxa)”, explica a equipe em nota.
A equipe Goytacar E-Racing surgiu no final de 2019, um pouco antes da pandemia, com o objetivo de construir um veículo elétrico para participar da Fórmula SAE Brasil e fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas ao automobilismo e inovação no instituto e na região. No entanto, as tarefas só foram iniciadas em março de 2022, quando as atividades presenciais no Instituto Federal foram regularizadas.

Desde então, o grupo teve como principais objetivos a estruturação do projeto e capacitação dos membros nas suas respectivas áreas de atuação. “Nossa equipe possui uma multidisciplinaridade vantajosa, com 30 membros dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Mecânica, Engenharia de Computação, Design Gráfico e Arquitetura e Urbanismo. Alguns que desde sempre são apaixonadas pelo mundo automobilístico e que identificam-se diretamente com a proposta do projeto, outros são integrantes que estão conhecendo esse meio agora mas que estão bastante entusiasmados em poder trabalhar em algo relacionado à área”, destacam.
 
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Para a Fórmula SAE, a equipe deve funcionar como uma empresa, então além das subáreas técnicas de Elétrica e Mecânica, também possuímos alunos responsáveis pelo Marketing e Administração. Assim, os integrantes têm a oportunidade de adquirirem antecipadamente experiência para o mercado de trabalho. Como na última edição a corrida contou somente com duas equipes representantes do Rio de Janeiro na categoria elétrico, sendo estas da região metropolitana, com a atuação do nosso grupo já somos os únicos do interior do estado e temos a chance de alcançarmos um bom protagonismo.

Dada a vasta expertise em diferentes áreas, os estudantes construíram um protótipo que assemelha-se a um carro tipo fórmula, a fim de adquirir experiência e atrair visibilidade para a equipe, e apresentamos em 2022 na Semana do Saber Fazer Saber (feira que acontece anualmente no Instituto). Para esse veículo, eles utilizaram o conceito de “Upcycling”, que visa buscar uma outra proposta para materiais antes descartados. Assim, objetos que até então estavam em desuso no IFF, tais como portões, carcaças de ar-condicionado, acrílicos, dentre outros, foram utilizados como matéria prima para a construção do carro. Dessa forma, foram capazes de, mesmo com pouco recurso, construir um veículo elétrico e sustentável.
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Demanda pelo lítio é crescente no país
Presente nas baterias de íon de lítio de veículos elétricos e nos sistemas de armazenamento de energia, que servem de base para o despacho de renováveis, o elemento químico, encontrado em mineral, deve ver sua demanda crescer vertiginosamente, em mais de 40 vezes até 2040. A projeção é da Agência Internacional de Energia (IEA).

O mundo começa a assistir a uma corrida pelo mineral. O lítio, número atômico 3, é um metal alcalino de coloração branco-acinzentada. Com cerca de 65% das reservas encontradas no Chile, Bolívia e Argentina, é na China a maior concentração do processamento do lítio.

No radar, duas preocupações feitas por analistas. Os riscos para a transição energética causados pela alta concentração do processamento do mineral em poucos países; e os impactos ambientais causados pela mineração.

Por aqui, as discussões sobre expansão da exploração do lítio vêm ganhando destaque. Juntamente com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e o governo de Minas Gerais, o Ministério de Minas e Energia (MME) criou a inciativa Vale do Lítio, para atrair investimentos internacionais na criação de um polo de exploração e industrialização do mineral no Vale do Jequitinhonha. O objetivo é transformar a região em uma das principais produtoras de lítio do mundo. O MME estima que cerca de R$ 15 bilhões poderiam ser investidos na produção do minério até 2030.

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