O presidente conta que está preocupado, já que as evidências científicas confirmam que o ritmo atual de emissões de gases levará a uma crise climática sem precedentes. “Quando o G7 foi criado, em 1975, a principal crise global girava em torno do petróleo. 48 anos depois, o mundo ainda não conseguiu se livrar da sua dependência dos combustíveis fósseis”, disse ele, que ainda ressalta:
- Estamos próximos de um ponto irreversível.
Ele lembra que Quioto não é só uma vibrante metrópole japonesa, segundo o presidente, empresta seu nome a um Protocolo que se tornou referência da falta de ação coletiva. “Não estamos atuando com a rapidez necessária para conter o aumento da temperatura global, como pactuamos no Acordo de Paris”, salienta.
Ao lembrar que mais de 3 bilhões de pessoas já são diretamente atingidas pela mudança do clima, em especial em países de renda média e baixa, o presidente se atenta de que não há soluções mágicas.
‘‘A tecnologia será uma aliada essencial, desde que haja acesso amplo. As chamadas abordagens de mercado podem contribuir, mas não é realista acreditar que resolverão a crise. O principal problema é político. No meu entender, temos três grandes desafios pela frente”, disse Lula durante o seu discurso.
“De nada adianta os países e regiões ricos avançarem na implementação de planos sofisticados de transição se o resto do mundo ficar para trás ou, pior ainda, for prejudicado pelo processo”, destaca.
O potencial nacional está calcado em energia solar, eólica, biomassa, etanol, biodiesel e hidrogênio verde. “Temos consciência de que a Amazônia protegida é parte da solução. É por isso que estamos organizando em agosto deste ano, em Belém, uma Cúpula de países amazônicos. E é por isso que o Brasil teve sua candidatura a sede da COP30 do clima aprovada após decisão unânime do Grupo Latino-Americano e Caribenho”, disse, afirmando ainda que o país está aberto à cooperação internacional e os povos originários e aqueles que residem na região Amazônica serão os protagonistas da sua preservação.
“O Brasil será implacável em seu combate aos crimes ambientais. Queremos liderar o processo que permitirá salvar o planeta. Vamos cumprir nossos compromissos de zerar o desmatamento até 2030 e alcançar as metas voluntariamente assumidas no Acordo de Paris”, finalizou o discurso.