Agora, mais do que nunca, vai!
Ronaldo Junior
Brasil joga contra a seleção da  Colômbia  na arena Castelão em Fortaleza (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Brasil joga contra a seleção da Colômbia na arena Castelão em Fortaleza (Marcello Casal Jr/Agência Brasil) / Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Contrariando as frustrações políticas e futebolísticas promovidas pela seleção brasileira na última década, não tenho dúvidas de que estamos prontos para a embriaguez utópica e alienante desta Copa do Mundo.

2018, pelo menos pra mim, foi uma Copa sem registro na memória, o que é absolutamente normal para quem vivia o luto do 7 a 1 misturado com a perda da camisa canarinho pra um pessoal com quem eu não desejava – e ainda agora não desejo – ser associado.

Então meu intervalo entre a última Copa e esta é um tanto maior, o que é ótimo para deixar no passado as lástimas e reapropriar os símbolos, que vêm junto com as esperanças – apesar de uma lateral (extrema) direita um tanto duvidosa.

Não vou ficar enrolando pra dizer que, como é repetido desde 2006, neste ano o hexa vem. Pronto. Ilusões fazem bem, ainda mais em tempos tão excruciantes.

Eu já preparei a camisa amarela, completei o álbum desde setembro e estou tentando fazer uma agenda para ver os jogos – de verdade, sentar e assistir, sem papos paralelos e interrupções que possibilitem quebrar a energia da vitória.

Uma coisa é certa: se ganharmos, eu já estarei esperando a sétima estrela em 2026, mas, se perdermos – hipótese absurda - , eu seguirei esperando a sexta sem problema algum.

O que eu realmente sinto é que precisamos de algo para suturar as feridas remanescentes de um corte profundo e tentar deixar para trás tudo que fez mal nesses tempos estúpidos. Precisamos da embriaguez coletiva que minimiza as diferenças e concentra o fanatismo no futebol – ao menos por um mês.

Ou seja, só reclamo do Daniel Alves para não perder a tradição de dizer que o técnico da seleção errou – algo me diz que isso dá sorte -, mas já estou aqui torcendo pelo hexa com a mesma crença ingênua de quem acreditou numa vitória sobre a Alemanha em 2014. Mas agora vai!

*Ronaldo Junior tem 26 anos, é carioca, licenciando em Letras pelo IFF Campos Centro e escritor membro da Academia Campista de Letras. www.ronaldojuniorescritor.com
Escreve aos sábados no blog Extravio.

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    Professor e membro da Academia Campista de Letras. Neste blog: Entre as ideias que se extraviam pelos dias, as palavras são um retrato do cotidiano.