Leilão do estádio do Goytacaz é iniciado
Matheus Berriel 11/08/2022 10:37 - Atualizado em 11/08/2022 18:02
Estádio Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão
Estádio Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão / Foto: Rodrigo Silveira
Começou às 10h desta quinta-feira (11) o leilão do estádio Ary de Oliveira e Souza, determinado pelo juiz Eduardo Almeida Jerônimo, da 2ª Vara do Trabalho de Campos, em razão de um dos vários processos trabalhistas do Goytacaz. Avaliado em 26.077.000,00 pela Justiça, apesar de contestação do clube campista, o Aryzão está sendo leiloado exclusivamente no site www.paulobotelholeiloeiro.com.br. Os lances vão até as 10h da próxima quarta (17), com prorrogação até o dia seguinte (18), no mesmo horário, caso não haja oferta igual ou superior à avaliação. Nenhum lance foi registrado nos primeiros 30 minutos, até esta matéria ser publicada. O Goyta ainda aguarda possível decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT/RJ) para suspender o certame.
Penhorado em julho do ano passado, o estádio do Goytacaz foi a leilão por conta de dividas com José Aluisio Peixoto Barreto, gerente de futebol do clube de janeiro de 2012 a outubro de 2015. Em dezembro de 2017, uma decisão da juíza Raquel Pereira Farias de Moreira, então titular da 2ª Vara do Trabalho de Campos, definiu como R$ 315.535,57 mil o valor da causa. A quantia inclui salários não pagos em julho, agosto, setembro e outubro de 2015, além de parte do de junho do mesmo ano, mais férias, 13°s salários, horas extras, FGTS, aviso prévio e danos morais.
Em despachos na terça (9) e nessa quarta-feira (10), o juiz Eduardo Almeida Jerônimo negou um pedido de recurso da defesa do Goytacaz, que alegou considerar a avaliação do estádio incorreta, além de que haveria outras formas de pagar a dívida sem que o Aryzão precisasse ser leiloado. Na decisão de terça, publicada de forma complementar na quarta apenas para corrigir falha material, o juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de Campos justificou que a questão da avaliação já foi julgada em 8 de fevereiro deste ano, e que, na ocasião, o clube recorreu fora do prazo. Também reforçou que, no Processo do Trabalho, cabe ao oficial de Justiça avaliar bens penhorados, e que esta avaliação “está carregada de presunção de legitimidade, só podendo ser invalidada mediante prova robusta que comprove irregularidade na aplicação do conhecimento técnico” do oficial.
Sobre a alegação alvianil de que o leilão do estádio seria medida excessiva para se quitar a dívida, o juiz afirmou na decisão que "nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos", o que não foi feito pelo clube após a penhora do estádio. À época, o Goytacaz era defendido por outro escritório de advocacia.
Com os despachos de Eduardo nesta semana, o atual advogado do Goyta, Fábio Bastos, passou a concentrar sua expectativa em possível manifestação do TRT/RJ, que também já havia sido acionado, visando reunir todos os processos trabalhistas do clube em uma central de execuções para que seja montado um calendário de pagamentos. Além do pedido inicial de suspensão do leilão, a defesa do Goyta ingressou com um mandado de segurança e emitiu ainda um ofício direcionado à presidente do órgão, que, até o momento, ainda não publicou decisão. Segundo Fábio Bastos, o próximo passo da defesa é emitir um pedido de revisão ao próprio juiz Eduardo Almeida Jerônimo, em Campos, por entender que alguns pontos não teriam sido abordados em seus despachos.
O leilão iniciado nesta quinta também inclui as edificações anexas à sede do Goytacaz, como lojas, por fazerem parte do conjunto do imóvel. Um dos pedidos do Goytacaz ao TRT/RJ, inclusive, é o de distinguir os valores do estádio em si e os das lojas em caso de reavaliação.

No final de fevereiro, também tendo como advogado Fábio Bastos, o Goytacaz conseguiu reverter na Justiça um leilão do estádio que estava marcado para março. Na época, o clube iniciou pagamento de dívidas ao ex-preparador de goleiros Sérgio Henrique Souza de Oliveira, efetuando cerca de 30%, e criou um cronograma de quitações do restante até totalizar o valor da ação, em torno de R$ 32 mil. A decisão favorável foi dada pelo juiz Luis Guilherme Bueno Bonin, da 4ª Vara do Trabalho de Campos.
Período para lances foi aberto em site
Período para lances foi aberto em site / Reprodução

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