Por dívida trabalhista, estádio do Goytacaz tem início de leilão marcado para quinta-feira; clube tenta reverter
Matheus Berriel 08/08/2022 16:49 - Atualizado em 08/08/2022 17:28
Estádio Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão
Estádio Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão / Foto: Rodrigo Silveira
Mais uma vez, um processo trabalhista contra o Goytacaz volta a colocar em risco a posse do estádio Ary de Oliveira e Souza. Por determinação do juiz Eduardo Almeida Jerônimo, da 2ª Vara do Trabalho de Campos, está marcado para a próxima quinta-feira (11) o início do leilão do Aryzão, prosseguindo até a quarta (17) ou quinta-feira seguinte (18), por meio eletrônico. Situado à rua dos Goytacazes, no Centro de Campos, o estádio está avaliado em R$ 26.077.000,00. A defesa do Goyta já se mobilizou e aguarda decisão judicial para tentar reverter a caso.
O processo trabalhista que motivou a determinação do leilão foi movido por José Aluisio Peixoto Barreto, gerente de futebol do Goytacaz de janeiro de 2012 a outubro de 2015. Em dezembro de 2017, uma decisão da juíza Raquel Pereira Farias de Moreira, então titular da 2ª Vara do Trabalho de Campos, definiu como R$ 315.535,57 mil o valor da causa. A quantia inclui salários não pagos em julho, agosto, setembro e outubro de 2015, além de parte do de junho do mesmo ano, mais férias, 13°s salários, horas extras, FGTS, aviso prévio e danos morais.
No final de fevereiro deste ano, o Goytacaz conseguiu reverter na Justiça um leilão do estádio que estava marcado para março. Na época, o clube iniciou pagamento de dívidas ao ex-preparador de goleiros Sérgio Henrique Souza de Oliveira, efetuando cerca de 30%, e criou um calendário de quitações do restante até totalizar o valor da ação, em torno de R$ 32 mil. A decisão favorável foi dada pelo juiz Luis Guilherme Bueno Bonin, da 4ª Vara do Trabalho de Campos. O advogado do Goyta tanto na ocasião quanto agora, Fábio Bastos, espera nova decisão favorável.
— É público e notório que o Goytacaz tem mais de 50 processos em execução, dividas contraídas ao longo dos últimos anos. Todas as execuções que hoje estão em andamento são inerentes e já tiveram penhoras no estádio ocorridas no ano passado. No ano de 2022, não houve nenhuma efetiva penhora no imóvel que esteja já sem qualquer tipo de possibilidade de discussão. Nesse caso específico, trata-se de um processo com valor muito alto e que não há, como no outro, uma possibilidade de simplesmente negociarmos o valor. Então, entra em um contexto que a nova gestão do Goytacaz está fazendo, de realizar o levantamento de todas as dividas do clube e apresentar um plano de pagamento utilizando-se, inclusive, da lei da SAF. Então, há um pedido feito ao Tribunal, que está no seu início, no sentido de reunir todas as dividas do Goytacaz. Caso haja o deferimento, que estamos esperando uma decisão a qualquer momento, são suspensas todas as execuções contra o Goytacaz, reunindo-se tudo numa central de execuções, no Rio de Janeiro, para que dali se promova o pagamento de todos os credores— disse Fábio Bastos ao blog.

Paralelamente, há uma tentativa de parecer favorável a nível local. "Também já foi conversado com o juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de Campos, que é onde está este processo do leilão, no sentido de requerer a ele que suspenda o leilão, tendo como ponto de partida esse pedido de centralização das execuções, mas também outros aspectos técnicos envolvendo o imóvel, no sentido de que a avaliação está abaixo do valor correto e no sentido de que há outras formas de realizar o pagamento. Não precisa leiloar o estádio. Então, a gente espera também uma decisão neste sentido a qualquer momento", destacou o advogado.
Pela decisão atualmente em vigor, caso o Goytacaz não consiga reverter, o leilão terá início às 10h desta quinta-feira, indo até as 10h do próximo dia 17. Não havendo lance igual ou superior ao valor estimado, o certame será prorrogado até o dia seguinte, às 10h, com a concretização da venda pelo maior lance efetuado. A realização está prevista para o site www.paulobotelholeiloeiro.com.br, sob realização do leiloeiro público Paulo Botelho. O leilão também inclui as edificações anexas à sede do Goyta, como lojas.

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