Pesquisadores da Fiocruz visitam CRDI de Campos
Matheus Berriel 08/06/2018 19:28 - Atualizado em 09/06/2018 15:17
Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI)
Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) / Folha da Manhã
Na manhã desta sexta-feira (8), pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estiveram no Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) de Campos. A visita teve relação com o surto epidêmico de chikungunya que atinge o município, confirmado pela secretaria de Saúde. Em matéria publicada na Folha da Manhã, no dia 19 de maio, já havia um alerta ao município de Campos para risco para às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O alerta levava em consideração o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), de 6,1, acima do esperado pela equipe de Vigilância em Saúde. O número de casos registrados em todo o estado do Rio de Janeiro já ultrapassou o mesmo notificado durante todo o ano de 2017. Em Campos, não é diferente.
— Trata-se de uma visita de rotina, que vem acontecendo nos últimos anos, ao Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI), que funciona anexo ao Hospital Plantadores de Cana. A secretaria municipal de Saúde, através da Vigilância em Saúde, confirma o surto epidêmico, que é diferente de epidemia. Neste ano, foram confirmados 37 casos de dengue e 144 de chikungunya. Não há casos de zika e febre amarela em 2018 — informou a superintendência de Comunicação da Prefeitura.
Ainda de acordo com informações divulgadas pela Comunicação, do início de 2017 até a última terça-feira (05), 283.725 pessoas foram imunizadas contra febre amarela em Campos. As autoridades de Saúde têm alertado a população quanto aos cuidados que devem ser tomados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Através da campanha “10 minutos sem Aedes”, os campistas têm sido convocados a acabar com possíveis criadouros do mosquito. As ações incluem fechamento de caixas d’água; retirada de pneus, garrafas e tampinhas de refrigerante expostas ao tempo; desacumulo da água de chuva de telhados e calhas; entre outros cuidados.
No estado - Dados da secretaria estadual de Saúde apontam que 14.209 casos de chikungunya foram registrados em todo o Rio de Janeiro neste ano, sendo 1.722 em maio. O segundo maior número de casos foi de dengue, com 9.511 no ano e 972 no último mês. Em relação à zika, foram 1.115 desde janeiro, sendo 58 deles em maio. Não houve a fragmentação dos casos por municípios. Em relação à febre amarela, foram registrados 262 casos em humanos no estado, com 84 óbitos. Nenhum deles aconteceu em Campos ou alguma cidade vizinha.
No mês passado, o resultado do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pela Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde, apontou 6,1, quase o dobro do índice de 3,6 verificado no levantamento anterior, em março. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável apenas 1%. Desta forma, mutirões de combate ao mosquito têm sido realizados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Nesta sexta, os agentes estiveram em Donana, São José e no Imperial. O próximo está marcado para o dia 15, nos bairros da Penha, Bela Vista, Vila Manhães, Estância da Penha e Parque do Prado.
Desde o início dos mutirões, no dia 18 de maio, já foram percorridos 19 bairros de Campos, com mais de oito mil imóveis visitados. Os agentes do CCZ encontraram mais de 170 focos do Aedes aegypti e recolheram cerca de 140 pneus. Cerca de mil casas estavam fechadas.
— Continuamos ressaltando para a população a importância em receber nossos agentes, em manter seus quintais e recipientes de água de animais limpos, recolher o lixo adequadamente e manter os pratos das plantas sempre secos. Enfatizamos também sobre os 10 Minutos contra o Aedes aegypti, onde cada um deve dedicar 10 minutos por semana para inspecionar sua casa — disse o diretor do CCZ, Marcelo Sales.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS