Educação na pauta da Câmara — A gente não entra em uma lógica, enquanto secretário de Educação, de fazer o papel de parlamento. É claro que aos vereadores, eles têm por competência fiscalizar e têm um espaço de fala de crítica. O que eu posso dizer com muita tranquilidade, absoluta tranquilidade, primeiro, todas as vezes que nós fomos solicitados a estar na Câmara para fazer audiência pública, nós lá estivemos. Todo o controle que existe em relação aos dados de uso de recursos, seja do Fundeb, seja da fonte própria do município, ele não é um desejo livre (...) Para cada ação da secretaria de Educação, eu dependo de setores da Prefeitura, como Controle, como Procuradoria, como setor de Licitação (...) Então essa insinuação de que haveria um ato de corrupção, ela é temerária, porque, primeiro, quando se insinua, tem que ter provas. Às vezes eu vejo uma comparação, que é para mim estranha, com questões que aconteceram sim no Estado. Se a gente observar a questão de transporte escolar no Estado, ele foi alvo, inclusive, da Polícia federal. Isso não aconteceu no âmbito do município. Parece que faz um depara: “Se aconteceu no Estado, se teve Polícia Federal verificando a Câmara e tal, não sei bem como isso aconteceu, mas se teve isso, então é claro que na Educação municipal também”. Eu não sei de onde se tira essa relação, tem que ter prova... Eu acho que essas ações acontecem baseada em prova, mas o parlamento tem sua liberdade de expressão.
Críticas — Está na hora da gente separar uma pseudodisputa sobre a condução da Educação em Campos. A condução da Educação municipal segue as regras da legislação, a condução da Educação municipal, ela tem um plano por meio de um Programa de Aprendizagem Eficiente, que foi definido em 2021 e, de lá até aqui, nós nunca mudamos a rota. Acertamos erramos, não se trata de uma rota em linha reta (...) Tenho orgulho de participar do governo Wladimir, que está acertando muito, acertando muito mais do que está errando. Erro sempre tem, nós somos humanos. Tenho e confiança na nossa equipe da Educação e aí tentam de alguma maneira centralizar isso na minha pessoa. O que é pior, porque aí é uma ação meramente de caráter político. Quem tem projeto de Educação é a secretaria, que olha as diversas dimensões (...) É claro que a dimensão do servidor, o cuidar, o ter atenção, o valorizar é fundamental. Mas não dá para ser reducionista, ao tempo que se trabalha com a questão da Educação e na perspectiva da valorização do servidor, da capacitação, e aí eu estou falando da criação da Escola de Formação de Educadores, isso parece que não existe, mas existe, só que nós não estamos aqui para ficar falando, nós estamos aqui para fazer. A gente divulga dentro do que é possível, mas, é claro, há sempre um desejo de minimizar os acertos. Acho que, dependendo dessas narrativas, parece que não há nenhum.
CPI da Educação — O Regimento da própria Câmara diz que a CPI nasce com um fato objetivo de verificação, ou seja, qual é suspeição pontual? No caso da Educação, é tudo. Há uma suspeita generalizada que nada da Educação está sendo feito direito (...) Não estou dizendo que a gente é perfeito, que não tenha falhas, claro que tem, mas dizer que está tudo errado parece não acompanhar minimamente a realidade da Educação no município ou tem uma outra intenção. O que nós temos hoje sobre a CPI? A CPI, a gente dialoga institucionalmente. A CPI chega e solicita os dados, e porque eu estou afirmando que ela não tem um foco, porque ela não solicitou — e eu nunca vi isso em CPI — precisa de todos os contratos relacionados à manutenção, todos os contratos relacionados à construção, reforma, contratos relacionados a tudo aquilo que foi comprado desde janeiro de 2021, todos os contratos de pagamento do Fundeb, todos os contratos servidores da Educação, tudo de tudo. Aí eu pergunto, para procurar o quê? Qual é o alvo? Qual é o foco? E aí eu não posso deixar de me posicionar, eu não consegui, até então, detectar o que é que ela está buscando, ela jogou uma rede gigante dizendo o seguinte: “Olha só, tudo o que está feito na Educação, a CPI quer saber, tudo de tudo”. E para nós é fácil fazer essa entrega, porque tudo que a gente faz é público, então a gente está entregando esses documentos, na medida que estamos sendo solicitados, e é tudo, tudo mesmo, mas são processos públicos. Então assim, não há uma crise, não há uma incerteza, uma insegurança, uma desconfiança. Como a gente tem o Tribunal de Contas do Estado, que faz essa mesma análise, não com esse caráter que a CPI busca fazer, porque parece que já existe um pré julgamento por meio das insinuações, e aí vai ter que provar e a prova tem de ser documental, não é uma prova de argumento. E o TCE, ele faz essa análise de todos os recursos, de todas as ações que a gente tem e na prática, a gente já foi aprovado (...) Se essa Educação funciona muito mal, com tudo errado, esse secretário hipoteticamente não estaria trabalhando dentro do rigor da legislação, eu acho que é um direito de qualquer um pensar, até porque a credibilidade do Poder Público é muito baixa, há sempre uma desconfiança, e eu não vou disputar e discutir com desconfiados, as pessoas podem desconfiar, eu posso desconfiar como cidadão, inclusive consigo desconfiar das intenções de quem faz isso, mas isso é meu é pessoal. Agora, no momento que eu coloco isso para o público, eu devo apresentar baseado em provas (...) O que nós temos, que normalmente acontece, são narrativas, são tentativas de explicar sem prova e muitas delas envolvem fake news, por exemplo (...) Parece que falta entendimento de Educação, parece que falta boa-fé na forma de comunicar Educação, parece que falta sala de aula, parece que falta a vivência, nós temos dores e há caminhos para que a gente possa viver com menos dor em um país que não valoriza a Educação como poderia. Ninguém está sentado na cadeira de secretário de Educação para fazer mágica, e sim para fazer o que é possível. E eu desafio, muitas das vezes quem está muito distante fala assim: “Mas isso não funciona, isso não dá certo”. Então mostra, diz um outro município que fez, mas, por ser contra, acaba perdendo também, da mesma forma que a credibilidade é baixa do Poder Público, via de regra, também é baixa a credibilidade de simplesmente ficar só falando que a Educação vai mal, que a Educação não tem nada que funciona, quando essa mesma Educação terá em breve, se Deus quiser, um resultado de Ideb que não vai ser igual aos que foram no passado.