Brasil tem mais de 500 mil casos prováveis de dengue em 2024
13/02/2024 15:05 - Atualizado em 14/02/2024 10:04
Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid
Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid / Genilson Pessanha
O Brasil alcançou 512.353 casos prováveis de dengue, de acordo com os dados do Ministério da Saúde divulgados segunda-feira (12). Apenas neste ano, 75 mortes foram confirmadas pela doença e outras 340 estão em investigação. O estado do Rio de Janeiro registrou quase 40 mil suspeitas de dengue (39.311 casos notificados) e três mortes, entre janeiro a 12 de fevereiro deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. No último levantamento, eram 25.136 casos, ou seja, um acréscimo de 14.175 registros – 56% em apenas uma semana.
Além do alto número da doença, a possibilidade do retorno do sorotipo 3 também preocupa bastante, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) Regional RJ, Luiz José de Souza. Isso porque ele circulou em 2002 e a maioria da população, especialmente entre 30 e 40 anos, está mais suscetível a este sorotipo.

A Sociedade Brasileira de Clínica Médica estabeleceu um protocolo orientando o atendimento ao paciente com suspeita de dengue.

Luiz José explica que, embora seja uma doença bastante conhecida, por ter sintomas semelhantes, às vezes acaba confundida com outras viroses. O presidente da SBCM- Regional RJ destaca o tratamento precoce e diagnóstico diferencial como forma de evitar mortes.

No início dos sintomas, aparecem febre, dor de cabeça retroorbitária - em cima dos olhos, que é algo típico da dengue. Além disso, mialgia (dor intensa pelo corpo) e prostração intensa, perda do apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal, prurido, diarreia e lesões exantemáticas (manchas vermelhas pelo corpo). O médico destaca a importância de hidratar o paciente e tomar analgésico – cuja preferência é dipirona - logo no início.

- O grande sucesso no tratamento da dengue é o diagnóstico preciso e precoce, associado à reposição volêmica adequada no início dos sintomas -, ressalta o médico, acrescentando: “Fazendo isso, você vai evitar que este paciente evolua para o choque. Temos que ter um cuidado especial com crianças e pacientes idosos, estes últimos têm as comorbidades e outras patologias”.

O diagnóstico é muito importante, as condutas são importantes, assim como o tratamento: “A Dengue é uma doença que tem que ter cuidado porque nós, provavelmente, vamos enfrentar uma epidemia e temos que estar treinados para termos os cuidados adequados com os pacientes. Chamo a atenção para o diagnostico diferencial, ter história adequada do paciente para levantar a hipótese de outras doenças, como citamos anteriormente, exames e treinamento. Nosso principal foco é evitar óbito é o que temos para trabalhar para isso”, concluiu o presidente da SBCM- Regional RJ.

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