Resgates por afogamentos triplicam no litoral de Campos e SJB neste início de ano
Catarine Barreto 03/02/2024 08:29 - Atualizado em 05/02/2024 09:05
  • Corpo de Bombeiros atuando na praia de Farol

    Corpo de Bombeiros atuando na praia de Farol

  • Bombeiros buscam por jovem que desapareceu no mar de Farol

    Bombeiros buscam por jovem que desapareceu no mar de Farol

  • Bombeiros buscam por jovem que desapareceu no mar de Farol

    Bombeiros buscam por jovem que desapareceu no mar de Farol

Com a proximidade do Carnaval, aumentam os riscos de afogamento e o Corpo de Bombeiros está em alerta não só para mares, mas para rios, lagos, lagoas e piscinas. No último caso registrado na região, o jovem Iwerson Almeida, de 25 anos, morreu afogado na praia de Farol de São Thomé, em Campos, no último domingo (28), e seu corpo só foi encontrado na terça-feira (30). Pelo menos outros 300 casos, sem mortes, ocorreram em janeiro deste ano no litoral de Campos e São João da Barra.

De acordo com as informações passadas pela assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), do dia 1º de janeiro até 30 de janeiro deste ano, foram registrados 183 casos de resgates na praia de Farol. Em 2023, foram 67 registros na praia campista no mesmo mês.

Nas praias de São João da Barra (SJB), as equipes atuaram em 145 resgates só neste período, contra 48 resgastes em janeiro de 2023. Desde o dia 1º de janeiro de 2024, o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMRJ), já foi acionado para 5.850 salvamentos marítimos em todo o estado. Mais de 285 mil ações de prevenção foram realizadas pelos guarda-vidas neste período, a fim de evitar afogamentos na orla fluminense.

   No caso da morte de Iwerson, o jovem tomava banho com familiares quando desapareceu no mar. Durante as buscas, os Bombeiros utilizaram tecnologia de drones para auxiliar na procura. O corpo dele foi encontrado dois dias depois do desaparecimento.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, alguns fatores que influenciaram nesse aumento de casos, foram as condições do mar que ficaram mais agitados devido as mudanças de tempo que ocorreram em janeiro de 2024. Em 2023 o tempo ficou mais estável.

Outro fator é a movimentação nas praias que vem crescendo significativamente após o período de pandemia. A população está voltando a ter a normalidade restabelecida e frequentando locais abertos com mais frequência. “Também podemos destaca com um fator importante é que parte da população não está atenta para os perigos e riscos que o mar apresenta. Mesmo parecendo inofensivo, o mar tem suas ondas, correntes, além da profundidade que pode surpreender os banhistas”, informou.

O Corpo de Bombeiros-RJ atua, nas praias do Farol de São Thomé, em Campos, e nas praias da Grussaí e Atafona, em São João da Barra, na operação verão, com o empenho de guarda-vidas, com apoio de quadrículos, motos-aquáticas e veículos 4x4, que fazem prevenção tanto na água quanto na orla, devido a extensão das praias.

Diante desses altos números, o Corpo de Bombeiros deu dicas para um banho de mar seguro, com por exemplo, procurar sempre por locais onde exista um posto de guarda-vidas; informe-se com os militares sobre o local mais apropriado para o banho de mar; respeitar as placas e/ou bandeiras de sinalização de risco e jamais entrar em locais com bandeira vermelha, pois elas indicam uma corrente de retorno.

Outra dica é se beber, não mergulhar, pois bebidas alcoólicas prejudicam a capacidade psicomotora. Também não perder as crianças de vista e se possível, identifica-las com uma pulseira. No mar, mantenha os menores a um braço de distância. Se presenciar um afogamento, busque auxílio de um guarda-vidas ou ligue 193.

Para aqueles que usam piscinas coletivas, os cuidados não podem ser dispensados. De acordo com os Bombeiros, piscinas de hotéis, clubes e condomínios, são consideradas de uso coletivo, e para elas, existem regras estipuladas em legislação estadual vigente.

As piscinas devem ser registradas no Corpo de Bombeiros, com informações sobre tamanho e quantidade; devem dispor de guardião registrado pelo Corpo de Bombeiros; ter disponíveis para uso, em caso de emergência, dispositivos de primeiros socorros, como cilindro de oxigênio e máscaras e para ventilação.

Elas devem ser cercadas com telas ou grades de proteção, para evitar o acesso irrestrito de crianças sem o acompanhamento de pais e responsáveis e devem ter cadeira de guardião de piscina, para auxiliar no monitoramento.

A piscina necessita ter um sistema antiaprisionamento nos ralos, com desligamento automático e com botoeira para interrupção imediata do funcionamento das bombas para evitar que alguma pessoa fique presa na sucção dos ralos.

Os Bombeiros alertam que, mesmo com o guardião, as crianças não devem estar sozinhas na água, destacando que supervisão de pais e responsáveis deve ser constante, com uma distância no máximo de um braço.
Os afogamentos em casa podem ser evitados
Também para as piscinas caseiras, existem cuidados para evitar tragédias. Uma delas é instalar grades, cercas ou redes de proteção. Isso vai impedir que bebês e crianças caiam no fundo por causa de algum descuido. Outro fator importante é evitar deixar brinquedos na água, porque as crianças ficam atraídas e acabam querendo pegá-los, se afogando.

A corporação também não recomenda o uso de boias de braço e de cintura, por exemplo, pois elas facilmente podem escapar e a criança vai se afogar. Dê preferência aos coletes salva-vidas infantis homologados pela marinha do brasil.

Se a piscina tem ralos, utilize sempre os ralos antiaprisionamento, eles vão impedir que o cabelo e partes do corpo das crianças fiquem presas em caso de contato direto.

O afogamento é silencioso, por isso é fundamental o monitoramento 100% do tempo em cima das crianças. Não se distraia com celular ou com qualquer outra conversa paralela. A melhor forma de prevenção é vigiá-los o tempo todo. Estar preparado para emergências também é importante, então se puder, faça treinamentos de reanimação a afogados e acione o Corpo de Bombeiros.
 
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Não arrisque sua vida por likes; Rios e lagoas também trazem perigos

Não só mares e piscinas trazem riscos de afogamentos. Outro fator importante que precisa ser ressaltado é sobre a prática de saltos nas margens de rios, lagos e lagoas. A corporação alerta quanto ao alto risco relacionado a saltos de pedras, mirantes, pontes ou outros locais elevados às margens de lagos, lagoas, rios e cachoeiras.

“A prática é muito perigosa e totalmente contraindicada pela corporação, podendo ocasionar afogamentos, traumas, lesões graves e irreversíveis e até mesmo a morte. Nesses locais, muitas vezes não é possível determinar a profundidade, a correnteza, a presença de pedras, troncos, galhos e raízes submersos, abaixo do espelho d'água”, ressaltou os Bombeiros.
Os Bombeiros realizam ações de prevenção com campanhas de conscientização como "Não Arrisque Sua Vida Por Likes" e "Sua Vida Vale Mais Que Uma Selfie".

“O espelho d'água tranquilo às vezes dá uma falsa sensação de segurança, mas no fundo pode haver lama, lodo, raízes e galhos, que podem facilmente se prender a partes do corpo, provocando afogamentos. Mesmo em rios conhecidos, o relevo do fundo pode mudar por deslocamento do solo e troncos, alterando a profundidade da água. É desaconselhável o salto nesses locais, tendo em vista o risco de lesões e traumas”, explicou.







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