Ponto turístico dos campistas, Lagoa de Cima sofre com problemas crônicos
Catarine Barreto 03/01/2024 14:29 - Atualizado em 03/01/2024 14:32
 
  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

Refúgio de vários campistas, principalmente no verão, a localidade de Lagoa de Cima, em Campos, apresenta paisagens paradisíacas, mas que não refletem integralente a realidade vivida por moradores e frequentadores. As principais reclamações englobam falta de limpeza na orla e transporte público, e a insuficiência de médicos plantonistas e estacionamentos para os banhistas.
Entre a rua principal da localidade, estreitada pelas casas e pela orla, lotada de bares e restaurantes, mora e trabalha o comerciante Alessandro do Espirito Santo Rosa, de 49 anos. Residente em Lagoa de Cima há cinco anos e com um restaurante por lá há dois, o homem comentou sobre vários problemas existentes.
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
— Com relação à estrada vindo por Santa Cruz, por exemplo, eu espero que eles terminem a obra até o final da lagoa, porque está vindo o asfalto, mas com o verão, vai ser difícil terminar. É movimento direto! Eles podem fazer até o final da rua, porque toda a principal aqui carece de asfalto novo — disse o morador.
Alessandro também mencionou outros pontos negativos. A falta de estacionamentos, por exemplo, prejudica o trânsito em diversos momentos.
— Recebemos muitos turistas, mas eles não possuem local para estacionar. Temos áreas na parte de baixo, na área de banho, que podem ser transformados em estacionamentos, além dos terrenos que já estão sendo usados para isso. Essa situação da falta de estacionamentos nos faz perder dinheiro, porque é antiga. Quem vem mais tarde para passear, desanima de ficar aqui, porque não tem onde estacionar — enfatizou.
Sobre a unidade de saúde da localidade, o comerciante destacou a necessidade de mais uma ambulância, inclusive em decorrência do aumento no fluxo de pessoas durante o verão.
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
— Uma ambulância só não dá. Soube que trocaram a direção do posto e não sei como vai ser, mas outra ambulância aqui é necessária, principalmente nos finais de semana, além de mais médicos de plantão. Espero que o prefeito olhe por nós aqui, para nos ajudar a fazer Lagoa de Cima ser ainda mais querida e frequentada, com maior conforto para todos — enfatizou.
“Merecia um pouco mais de cuidado”
O aposentado Aldimar de Freitas Monteiro, de 65 anos, é um dos tantos que se dividem entre a região central de Campos e Lagoa de Cima. Com casa na localidade há 15 anos, ele costuma passar finais de semana por lá e também identifica vários problemas, começando pela estrada que leva a Santa Cruz.
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)
— Era um pedido antigo, sempre empurrado pela barriga. Demorou, mas começou pelo menos. Espero que eles façam isso do começo ao fim da Lagoa, porque nós precisamos — reforçou Aldimar.
Ele foi mais um a mencionar a dificuldade para estacionar na localidade.
— Estacionamento é horrível. Ainda bem que eu tenho casa aqui. Domingo, principalmente, é um caos. E quando não tem onde estacionar, os guardas vêm e multam. Não vejo solução para isso, porque estão invadindo a Lagoa todinha, depois do asfalto. O pessoal está fazendo bares e tomando o espaço todo. Ali deveria ter sido feito estacionamento para atender ao público e reservar um espaço para os bares, mas sem necessidade de ser na orla toda — opinou.
Moradora do Turfe Clube e frequentadora de Lagoa de Cima, Néia Correia mencionou a sujeira na orla e a falta de ônibus.
— A Lagoa merecia um pouco mais de cuidado, não só pelos moradores, mas pelas pessoas que vêm. Só que você não encontra lixeira na beira da lagoa, não tem condições de estacionar no estacionamento, que é horrível... O que eu falo não é para criticar; é justamente para que o município olhe com carinho. A falta de coletivos, então, é uma lástima — comentou.
  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

  • Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

    Lagoa de Cima e seus problemas crônicos (Foto: Genilson Pessanha)

Melhorias
No último dia 26 de novembro, o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, esteve em Lagoa de Cima para inaugurar a reestruturação da praça local, que ganhou academia para terceira idade, play ground, quadra de areia e quadra poliesportiva coberta. Na oportunidade, ele anunciou outras obras para aquela região, como a colocação de uma nova camada asfáltica na pista que contorna toda a lagoa.
Segue em andamento o trabalho de recapeamento da estrada Santa-Cruz-Lagoa de Cima, após ter sido feita a retificação da base em vários trechos da via, bastante utilizada por produtores rurais e turistas. Em dezembro, a Prefeitura infirmou que foram criadas áreas de estacionamento nas proximidades da orla, e nos finais de semana e feriados prolongados, a Guarda Civil Municipal está atuando com ronda ostensiva e no ordenamento do trânsito, de forma a proporcionar maior sensação de segurança para os turistas.
Com a chegada do verão, containers foram colocados em alguns pontos da localidade pela secretaria de Serviços Públicos. De acordo com a Prefeitura, o planejamento ampliou a coleta de lixo, passando a acontecer três vezes por semana.
Ainda no final de novembro, foi lançado pelo programa Reciclar na Rede o projeto “Lagoar é Cuidar”, idealizado pela primeira-dama de Campos, Tassiana Oliveira. A proposta é orientar aos moradores sobre os cuidados que devem ser tomados, como não jogar lixo na água e na orla, não descartar óleo de cozinha no solo e não utilizar transporte clandestino nas margens da lagoa.
Para realizar o trabalho no dia do lançamento, em 28 de novembro, foram convidados alunos e professores das escolas municipais Conceição do Imbé, Ponta da Palha, Salvador Benzi, Fazenda Aleluia e Professora Ângela Maria do Amaral Carvalho. Na Lagoa, foram realizadas oficinas de muda e de mini-arborizadores. Também houve plantio de cinco espécie de árvores nativas, iniciando um processo de reflorestamento; e troca de óleo utilizado por sabão reciclado.
A reportagem da Folha procurou a prefeitura de Campos para buscar um posicionamento sobre as reclamações. Até o momento, o município apenas se posicionou sobre as questões relacionadas aos problemas de saúde da localidade. 
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o processo de reforma da UBS de Lagoa de Cima já tramitou pela Secretaria de Transparência e Controle já foi encaminhado para licitação através das Secretarias de Saúde e de Obras.

Sobre a informação de falta de medicamentos, a pasta disse que os referidos medicamentos não estão em falta na rede da farmácia municipal. O que ocorreu foi uma falha da administração na UBS que não comunicou o desabastecimento da própria unidade.
Já sobre a falta de médicos, a Saúde informou que já estava incluído no planejamento a contratação de um médico que irá atender durante os meses de janeiro e fevereiro, quando há um aumento da demanda, em virtude do verão.
“Lembrando que a unidade conta com atendimento através da Estratégia Saúde da Família. A ESF é desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado dirigidas à população do território e por gestão qualificada e é conduzida por equipe multiprofissional, que assume responsabilidade sanitária local. Por fim, informamos que ao assumir o governo Wladimir Garotinho encontrou 46 unidades fechadas e já reabriu mais de 30 unidades de saúde”, concluiu a Secretaria de Saúde.
 
 

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