A história da Bossa Nova contada e tocada na Folha FM
Matheus Berriel 09/03/2024 12:16 - Atualizado em 09/03/2024 13:05
No momento em que João Gilberto terminou de gravar a canção “Chega de saudade”, no dia 10 de julho de 1958, a música brasileira ganhou oficialmente um gênero que se tornaria inesquecível. Ali começou a Bossa Nova, mesclando influências do samba e do jazz com elementos do choro, do blues e da moda de viola. Quase 66 anos depois, o movimento que imortalizou o próprio João Gilberto e nomes como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Nara Leão e Elis Regina está sendo homenageado pela Rádio Folha FM 98,3. Começou na última semana e vai até o final de julho o programa “Bossa Eternamente Nova”, sempre aos sábados, das 18h às 19h.
— A importância desse programa é criar um documento histórico — afirma o apresentador Marco Antônio Rodrigues, responsável pela atração. — Em 2023, a Bossa Nova completou 65 anos. Estamos falando de uma música sexagenária. Então, o “Bossa Eternamente Nova” pretende criar um documento importante para uma música que, no Brasil, parece estar esquecida, mas que o mundo reverencia cada vez mais — enfatiza.
Na edição deste sábado (9), quem ouvir o “Bossa Eternamente Nova” vai relembrar ou conhecer sucessos do grupo Os Cariocas. Foi esse o célebre conjunto vocal que, em 1962 se apresentou ao lado de Tom, Vinícius e João Gilberto no espetáculo “O Encontro”, realizado no restaurante carioca Au Bon Gourmet.
A cereja do bolo é reservada para o último sábado de cada mês. Nessas edições, haverá o quadro “Isso é Bossa Nova... O som de uma década”, com participações do produtor Armando Pittigliani. Trata-se de um dos mais respeitados produtores musicais do Brasil, conhecido por sua grande capacidade de descobrir e impulsionar talentos. Elis Regina, Jorge Ben Jor, Sérgio Mendes e Marcos Valle notabilizam-se como alguns dos artistas que trabalharam com Pittigliani.
— A Bossa Nova, como bem disse Tom Jobim, é uma música de primeiro mundo em um país de terceira — critica o produtor. — Tive a sorte e o privilégio de presenciar os primórdios (da Bossa Nova), como assistente e participante desde o seu início. Por isso, não me conformo com o desprezo e o abandono que os governantes desse país deixaram acontecer durante esse tempo todo. Nada foi feito para corrigir essa grave falha, apesar de a nossa Bossa nunca ter perdido prestígio e aceitação em toda parte do mundo — complementa.
Na Folha FM, Armando Pittigliani vai usar a experiência dos seus quase 90 anos de idade, mais de 60 deles na indústria fonográfica, para contar histórias de quem viu e viveu o início do movimento em questão. No próximo dia 30, por exemplo, será comentado o período pré-Bossa Nova, apresentando mudanças já promovidas por alguns artistas até a chegada de João Gilberto, com a elegância do seu violão e o minimalismo da sua voz.
Atualmente, Pittigliani e o violonista Flávio Mendes realizam no Rio de Janeiro o talkshow “Isso é Bossa Nova”, também com sucessos e histórias referentes ao gênero. Essa apresentação será trazida a Campos para fechar o projeto “Bossa Eternamente Nova”, em evento previsto para o início de agosto, restrito a convidados do Grupo Folha e de patrocinadores.

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