DER sinaliza ponte após tragédia
26/12/2020 10:28 - Atualizado em 26/12/2020 10:34
  • Ponte recebe sinalização (Foto: Rodrigo Silveira)

    Ponte recebe sinalização (Foto: Rodrigo Silveira)

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    Ponte recebe sinalização (Foto: Rodrigo Silveira)

  • Ponte recebe sinalização (Foto: Rodrigo Silveira)

    Ponte recebe sinalização (Foto: Rodrigo Silveira)

A morte de seis crianças e um adulto na Ponte do Saraiva, que passa sobre o rio Preto, na RJ 208, gerou uma reação no Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ). Seis dias após o acidente, no último domingo (20), a responsável pela estrada que liga as localidades de Tapera e Lagoa de Cima fez a instalação de novas placas de sinalização. Mas na opinião de moradores, a atitude não traz sensação de segurança. Medidas mais eficientes para a redução de velocidade dos veículos são cobradas com urgência.
— Sinalizou, mas não trouxe segurança no meu ponto de vista — contou Maria José Fernandes, enquanto pescava às margens do rio Preto com uma amiga. A dona de casa e moradora da área, de 59 anos, que atravessa frequentemente a ponte falou: “Não podemos adivinhar e nem impedir que esses acidentes aconteçam, mas o governo poderia fazer alguma coisa a mais para evitar que se repitam no mesmo lugar. Essa ponte precisa de um alargamento e de barreiras laterais, para evitar que em qualquer batida o carro acabe indo parar no rio e mate os ocupantes afogados”.
Do outro lado da ponte, em uma propriedade rural, três homens concertavam uma cerca. Um deles, Carlos Alberto Rocha dos Santos, 40 anos, complementou o que foi dito pela pescadora:
— Pode colocar mil placas aqui. Ninguém respeita essas sinalizações aqui, principalmente nos finais de semana quando muitos “descem” da lagoa com “cachaça na cabeça”. Tem que colocar um redutor físico; um quebra-molas ou um pardal. Qualquer coisa que force a desaceleração antes de acessar a ponte — disse o trabalhador rural. “Enquanto não houver, vão continuar acontecendo acidentes”, concluiu Carlos Alberto.
Atualmente único representante de Campos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) chegou a protocolar na Casa uma indicação cobrando ao DER soluções para a rodovia, apesar de, segundo ele, outros requerimentos no mesmo sentido terem sido protocolados antes da tragédia acontecer, mas sem resposta do órgão estadual. A nova sinalização chegou, mas outras ações, como cobram os moradores que passam diariamente pelo local, ainda precisam ser efetivadas.
Reprodução
Cobranças feitas antes do acidente
No dia 14 de dezembro, uma segunda-feira, um grave acidente, que causou comoção na cidade e teve repercussão nacional, chamou a atenção para a necessidade de intervenções na ponte do Saraiva, na RJ 208. Os irmãos Enzo Gabriel (2 anos), Ana Lais (4), Kemilly Sophya (6) e Phandora (8), e os primos Bruna Vitória (3) e Erick (12), além do condutor, Adilson, de 45 anos, um conhecido da família, morreram após o carro em que estavam cair no rio preto. No veículo, um Gol “caixote” branco, ainda estavam mais duas pessoas que sobreviveram: uma adolescente, de 13 anos, e uma jovem de 18 anos, mãe da Bruna Vitória.
— Em 33 anos, eu nunca vi um acidente como esse das criancinhas — comentou o ribeirinho Mário do Nascimento, de 70 anos, que se queixou da falta de sinalização luminosa, quebra-molas e redutores de velocidade “que poderiam evitar tragédias como essa”.
O deputado Rodrigo Bacellar reforçou que diversos requerimentos foram feitos anteriormente junto ao DER para melhorias na rodovia estadual. Após o acidente, ele voltou a solicitar “providências para a urgente instalação de placas de sinalização, redutores de velocidade e guard-rail nas cabeceiras da ponte situada na RJ 208, estrada que liga as localidades de Tapera e Lagoa de Cima”.
O parlamentar ainda falou sobre a apuração de possível omissão do DER. “Será objeto de trabalho um profundo levantamento acerca de todas as demandas acumuladas no órgão [DER] para que haja o devido planejamento e execução, caso contrário a omissão dos responsáveis pelo órgão deverá ser devidamente apurada pela Casa [Alerj]”.

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