Por avanço do futebol campista, Americano busca aproximação com a G7 e o Goytacaz
Matheus Berriel - Atualizado em 22/12/2020 19:04
Vagner Xavier e Luciano Portela
Vagner Xavier e Luciano Portela / Divulgação
Com objetivo de manter o Americano como o recente exemplo positivo de gestão, o presidente alvinegro, Vagner Xavier, no cargo há sete meses, tem como uma das referências da diretoria atualmente o executivo Luciano Portela. Em entrevista à Folha, a dupla deu detalhes sobre o projeto do clube, que se prepara para disputar a Seletiva, a partir de 17 de janeiro, visando garantir vaga na Taça Guanabara e na Taça Rio. Uma das vertentes do projeto prevê, inclusive, uma tentativa de aproximação com o histórivo rival Goytacaz, já sinalizada com o empréstimo do zagueiro Jordan e do atacante Pepeu pelo Goyta ao Cano até o fim do Campeonato Estadual.
— Hoje, o nosso relacionamento com a G7 (empresa que administra o futebol do Goyta) e com o próprio Goytacaz é um relacionamento amigável, de profissionalismo. A gente entende a rivalidade dos clubes, acho isso inclusive muito bacana, admirável. Mas, é o que costumo dizer, inclusive a algumas pessoas do Goytacaz: a rivalidade tem que ser em 90 minutos, dentro de campo, entre os atletas. Rivalidade no sentido esportivo, somente — disse Luciano Portela. — Esse relacionamento que a gente tem desenvolvido, principalmente na contratação dos dois atletas, tem sido o mais amigável possível. Espero que do lado do Goytacaz também seja a mesma coisa, porque ganha o futebol, ganha a cidade de Campos, ganha o interior do Rio, que necessita de clubes como o Americano, Goytacaz, Campos, Carapebus, enfim, clubes da região com potencial vasto para estar num patamar mais elevado, não só no futebol carioca, como no futebol nacional também — acrescentou.
Segundo o presidente do Americano, Vagner Xavier, a aproximação não representa um possível interesse de fusão entre os clubes, defendido por uma minoria ligada ao futebol campista nas últimas décadas. A proposta, na verdade, é propor empréstimos mútuos de atletas que se destacarem e outras ações conjuntas que sejam vantajosas para ambos.
— Há 20, 30 anos, a gente ouve falar em fusão dos times de Campos, transformar em um só. Na minha visão, se isso acontece, é um time que já nasce morto, sem torcida, sem paixão. A história que o Goytacaz escreveu, ninguém vai acabar. A história que o Americano escreveu, ninguém vai mexer nela, assim como a história do Campos e a que a Carapebus está escrevendo. Isso não acontece da noite do dia, acontece ao longo de anos. São instituições centenárias, que plantaram essas paixões, cultivaram e as fizeram crescer. O momento, e esse é o primeiro passo, é que a gente caminhe para a cooperação entre os clubes — afirmou Vagner. — A gente caminha para que, talvez, isso seja uma via de mão dupla. Hoje, são dois vindo do Goytacaz para o Americano. Amanhã, poderão ser três ou quatro indo do Americano para o Goytacaz. Isso tudo passa por um critério técnico. Outros jogadores do Goytacaz foram oferecidos. Mas, dentro do perfil de jogo que o Portela e o técnico Caé Cunha determinaram, Jordan e Pepeu foram os que se encaixaram no nosso perfil — pontuou. Havia interesse ainda no empréstimo do atacante Fabinho, mas este foi inviabilizado devido a uma negociação do atleta anterior às conversas entre Americano e G7 Football Investment/Goyta.
O bom relacionamento que se desenha faz com que o Americano veja inclusive a possibilidade de atuar futuramente no estádio Ary de Oliveira e Souza, caso necessário. Com expectativa de conclusão do novo Godofredo Cruz apenas no final de 2021, apesar de o contrato com a Imbeg prever o término até fevereiro, o Aryzão passou a uma das alternativas analisadas pelo presidente alvinegro para que o clube mande os seus jogos na Seletiva, por meio de aluguel. As outras são o Ferreirão, em Cardoso Moreira, e o Moacyrzão, em Macaé — este ainda dependendo de licença da Prefeitura para receber jogos.
Jogo-treino — Nesta quarta-feira (23), o Americano tem o seu primeiro teste para a Seletiva: um jogo-treino contra o Paduano, às 10h, no Centro de Treinamento Eduardo Viana, sem presença da torcida. Oportunidade para o técnico Caé Cunha analisar os reforços para 2021.
Durante a pré-temporada, o Americano já contratou 18 atletas. São eles os goleiros Hugo e Victor Brasil; os laterais-direitos Felipe Pacajus e Marcos Bahia; os zagueiros Clemente, Weverton e Jordan; o lateral-esquerdo Paulo Vitor; os volantes Anderson Domingues, Matheus Lira e Tiago Corrêa; os meias Santos e Ninho; e os atacantes Kim, Rafamar, Jeffinho, Pepeu e Felipe Zuca. Segundo o diretor executivo Luciano Portela, a ideia é de que o elenco seja fechado com 28 nomes. Um jogador que já passou pelo Americano e tem identificação com o clube deve ser anunciado em breve.
Além dos reforços de fora, também estão registrados como atletas alvinegros o goleiro Gustavo Baioco, os volantes Paulo Vitor e Matheus Gama, o meia Dioguinho e os atacantes Nathan e Di Maria, que retornam de empréstimo. No ataque, há ainda Lucas Duarte, promovido do sub-20 ao profissional.

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