Palácio de volta à Cultura campista após ficar sete anos fechado
- Atualizado em 31/12/2020 17:03
Rafael Diniz e Cristina Lima com representantes do Comcultura
Rafael Diniz e Cristina Lima com representantes do Comcultura / Foto: Rodrigo Silveira
No penúltimo dia do seu mandato, o prefeito de Campos, Rafael Diniz (Cidadania), entregou em cerimônia simbólica, na última quarta-feira (30), o Palácio da Cultura reformado e pronto para receber manifestações artísticas e culturais a partir do próximo ano. Fechado desde 2013, o prédio teve sua reabertura atrasada devido a várias paralisações da obra, que começou no ano seguinte e desde então veio se arrastando. O orçamento foi de R$ 1 milhão e 200 mil, sem custos para a Prefeitura, como medida compensatória de empresa privada pela demolição indevida do Casarão Clube do Chacrinha, à rua 13 de Maio, em 2013. O acordo se deu em 2018, homologado pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Campos.
— Essa é uma conquista muito grande. Uma luta imensa, é importante deixar claro que sem um centavo de dinheiro público, numa parceria com uma empresa privada que demoliu o Casarão do Chacrinha. Agradecer muito ao Ministério Público, na pessoa do doutor Marcelo Lessa, que foi responsável por intermediar esse acordo — disse o prefeito Rafael Diniz. — Tem alguns espaços que ainda precisam ser recuperados, pois o dinheiro não era suficiente, como o auditório, por exemplo. Mas, a grande parte do Palácio foi recuperada e está sendo entregue à população. É uma alegria muito grande para mim, enquanto prefeito, poder escrever na minha história a devolução do Palácio da Cultura à nossa cidade, especialmente ao setor cultural — pontuou.
O discurso foi reforçado pela presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima. Com a reabertura do prédio, o órgão municipal voltará a ser sediado por lá.
— Eu acho que foi uma grande conquista para a gestão Rafael Diniz e para a classe artística de Campos esse resgate do Palácio da Cultura, que é um ícone da cultura campista. Então, a gente encerra a gestão com essa entrega simbólica. Vamos esperar que ele tenha um futuro muito produtivo, em que as pessoas voltem a conviver com a cultura que aqui ocorre. É isso que a gente quer: voltar aqui agora com o Palácio da Cultura fervilhando, tendo feito a nossa parte e cumprido a nossa missão, que era de resgatar o prédio.
Motivo de negociações entre a Prefeitura e o Conselho Municipal de Cultura (Comcultura) durante a obra, o Centro Municipal de Inovação será instalado em cerca de 30% da área total do Palácio da Cultura. Há uma espaço para café bistrô e sala de coworking pública para reuniões e visitantes. A instalação do equipamento da superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação foi o que viabilizou a emenda parlamentar de R$ 1 milhão do ex-deputado federal Paulo Feijó, posteriormente incorporada pelo deputado federal Christino Áureo, garantindo a aquisição de mobiliário e equipamentos para o Palácio.
— O Comcultura não concordava com o projeto inicial apresentado, onde o protagonismo seria da Ciência, Inovação e Tecnologia, e não da Cultura. Então, numa votação histórica, nós conseguimos derrotar essa proposta, e aí o Rafael Diniz, que sempre esteve aberto ao diálogo, nos recebeu na sede da Prefeitura. Nós colocamos o que queríamos que fosse adicionado ao projeto inicial, ele acatou imediatamente, e aí garantiu que o Palácio da Cultura teria o protagonismo da Cultura, que sempre foi nossa bandeira maior — comentou o presidente do Comcultura, Marcelo Sampaio, primeiro representante da sociedade civil a exercer tal função.
O vice-presidente do Comcultura, Ronaldo Junior, foi outro presente na cerimônia de entrega da obra. “O espaço do Palácio da Cultura é central. Então, ele consegue juntar uma série de expressões culturais e dar espaços para essas pessoas se encontrarem. O que sobrecarregou o Museu Histórico de Campos por muitos anos vai voltar para onde deveria ser, que é o Palácio da Cultura, e o museu vai voltar a ser um museu histórico”, disse Ronaldo. “Acredito que isso é importante também para a Academia Pedralva Letras e Artes e outras instituições culturais da cidade, como o Instituto Histórico e Geográfico, a União Brasileira dos Trovadores... A sala Pedro Manhães é uma sala histórica que tinha a Academia Pedralva, e espero que volte a ter. Acredito que seja uma conquista politicamente marcada, devido aos conflitos que tivemos para marcar posição, e uma conquista artística para democratizar o espaço havendo uma abertura para a pluralidade que temos na cidade”, complementou.
O Palácio ganhou novo piso, novas instalações elétrica e hidráulica, salas revitalizadas e espaço mais moderno, onde vai voltar a funcionar a Biblioteca Nilo Peçanha, que possui um acervo de 30 mil livros. O prédio foi ainda pintado, o telhado impermeabilizado, foram recolocados os vidros e recuperadas as calhas. Já foram feitas as licitações para aquisição de equipamentos e mobília, através de pregão eletrônico. Segundo a Prefeitura, o material começou a ser entregue, incluindo computadores, que estão no almoxarifado da gestão. Duas empresas responsáveis pelos aparelhos de ar condicionado já assinaram o contrato, assim como três do mobiliário.
Entrega das obras do Palácio da Cultura
Entrega das obras do Palácio da Cultura / Foto: Rodrigo Silveira
Entrega das obras do Palácio da Cultura
Entrega das obras do Palácio da Cultura / Foto: Rodrigo Silveira

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