Morre o ex-ministro Bebianno
- Atualizado em 14/03/2020 18:53
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno morreu na madrugada de ontem, aos 56 anos, em Teresópolis. Ele estava em sua casa, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, quando passou mal. A informação foi confirmada pelo empresário Paulo Marinho, amigo de Bebianno e atual presidente do PSDB no Rio de Janeiro, partido pelo qual Bebianno pretendia disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro.
Bebianno foi um dos conselheiros do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha, quando presidia o PSL, e pivô de uma crise política no início do governo, o caso que ficou conhecido como “laranjal do PSL”. Ele caiu após uma confusão nas redes sociais envolvendo o filho 02 do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC). Nos intervalos de uma entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, no início deste mês, Bebianno admitiu ao portal UOL que temia revelar tudo o que sabia sobre a campanha de 2018 e atos do governo Bolsonaro.
O corpo de Bebianno foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis. Ao portal de notícias G1, o delegado Vinícius Galhardo informou que a equipe médica decidiu encaminhar o corpo para a necrópsia devido ao ferimento no rosto provocado pela queda no banheiro: “Num procedimento desse, o corpo seria liberado no próprio hospital. O problema é que, como ele estava com uma lesão no rosto, por conta do tombo, o médico ligou para a delegacia e sugeriu a remoção para o IML. Isso é mais do que comum. Para evitar qualquer questionamento, eu determinei a remoção para que fossem feitos os exames e sanar qual-quer tipo de dúvida. O exame já foi feito. O laudo apontou infarto fulminante”.
Bebianno ocupou a Secretaria-Geral da Presidência durante um mês e 18 dias. Ele foi o pivô da primeira crise política do governo Bolsonaro, gerada pela suspeita de que o PSL fez uso de candidatura “laranja” nas eleições de 2018 para desviar verbas públicas. Ele sempre negou irregularidades. O ex-ministro afirmou na época que foi demitido do cargo pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair. Ele disse ter “amor” e “afeto” pelo presidente e declarou não ter dúvida de que o governo Bolsonaro “será um sucesso”.
Advogado de formação e faixa-preta em jiu-jitsu, Bebianno conheceu Bolsonaro em 2017, quando o presidente ainda era deputado. Nessa época, ele se ofereceu para atuar em processos judiciais de Bolsonaro de graça.
Políticos, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), lamentaram a morte do ex-ministro. Até o fechamento desta edição, Bolsonaro ainda não tinha se manifestado. Bebianno deixa esposa e dois filhos.

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