Carismático e pouco inspirado
12/07/2019 18:15 - Atualizado em 21/07/2019 16:12
(Pets: A vida secreta dos bichos 2) —
Quem tem animal em casa, em algum momento já se pegou pensando como são os momentos deles enquanto estão sós . A animação Pets trabalha essa ideia, não chega a ser inovador, lembra bastante o conceito de Toy Story, mas por razões óbvias, muito mais próxima do nosso cotidiano. O primeiro longa lançado em 2016 é um filme agradável e teve um excelente retorno financeiro, tendo esta continuação anunciada logo depois.
No longa original, o cachorrinho Max precisava aceitar a chegada de um novo cachorro, que muda a dinâmica da casa e sua relação com sua dona Kate. O segundo capítulo da história de Max parte de uma ideia parecida, agora ele e seu amigo Duke, precisam se adaptar a chegada de uma criança, filho de Kate. Com o tempo eles se tornam grandes amigos e o cachorro passa a se sentir como uma espécie de anjo da guarda do pequeno.
Revisitando praticamente todos os personagens do longa anterior, o roteiro de Bryan Lynch (um dos roteiristas do original) divide os personagens em três tramas paralelas que acabam dando ao filme um tom episódico incômodo.
Max e família fazem uma viagem saindo da cidade, levando o cachorrinho para conhecer a vida no campo. Gigi precisa recuperar o brinquedo favorito de Max, se passando por uma gata para se infiltrar em uma casa repleta de gatos bizarros (a história mais divertida) e Bola de neve acredita ter se tornado um super-herói e precisa ajudar uma cachorrinha a resgatar um tigre filhote que é maltratado em um circo.
Alguns personagens tem suas personalidades drasticamente alteradas em função do desenvolvimento da história. As tramas soam meio bobas, o filme original tinha essa característica, mas a graça reside nessa simplicidade, na forma bem humorada com que os personagens resolvem as situações. É um filme que busca um público mais infantil, os adultos se identificam mais com reflexos de suas próprias experiências com seus animais.
As aventuras dos personagens divertem, mas não causam grandes transformações, mostrando que as diferentes jornadas não provocam crescimentos e aprendizados, elementos comuns nesse tipo de produção.
A divisão das tramas dura metade do filme, tendo na segunda metade os animais reunidos para resolver a trama do tigre, a história que mais destoa do conceito do filme, ainda mais ao trazer um vilão como uma grande caricatura, desde seu visual exagerado que não acrescenta nada a história.
“Pets: A vida secreta dos bichos 2” é um filme agradável que aposta na força de personagens carismáticos, mas padece de uma trama desinteressante, que não permite ao espectador qualquer tipo de envolvimento, que só acontece quando o espectador vê os personagens repetindo comportamentos de seus animais domésticos.
Com o sucesso de bilheteria é quase certo um terceiro capítulo, agora é torcer que os realizadores encontrem uma história que justifique um novo filme, pois apostar só no carisma dos personagens é uma tática arriscada que já se mostrou pouco produtiva e de vida curta, tanto para público quanto para realizadores.

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