Após morte por dengue hemorrágica, Prefeitura de SFI inicia ação com fumacê
Catarine Barreto 11/06/2019 13:13 - Atualizado em 18/06/2019 13:27
Ação em São Francisco de Itabapoana
Ação em São Francisco de Itabapoana / Assessoria de São Francisco de Itabapoana
Após a morte de um homem, identificado como Rones Pereira da Silva, de 33 anos, por dengue hemorrágica, a Prefeitura de São Francisco de Itabapoana (SFI) realizou, na manhã desta terça-feira (11), uma ação com carro fumacê na praia de Guaxindiba e na área central da cidade, onde os números de casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti têm sido maiores. Só no município, foram registrados, nos cinco primeiros meses deste ano, 348 casos de dengue e 53 de chikungunya. Em Campos, o número total, até maio, foi de 3.900 casos registrados, sendo 3.887 de chikungunya e 13 de dengue. Em todo o Estado do Rio de Janeiro, o número é alarmante: até o último dia 4, foram contabilizados 41.888 casos de chikungunya, 20.622 de dengue e 1.005 de zika.
Em SFI, esta semana, além do carro fumacê, na quarta-feira (12), começa o treinamento dos agentes que atuarão nas ruas da cidade. Já na sexta-feira (14), haverá uma reunião com todas as secretarias do município para o fechamento do cronograma que iniciará, na próxima segunda-feira (17), o trabalho de campo com cerca de 100 agentes que percorrerão aproximadamente 32 mil imóveis em São Francisco de Itabapoana.
— Buscaremos e eliminaremos os focos do mosquito. Pedimos que a população nos ajude no combate a essas doenças. Todas as notificações estão sendo avaliadas e, na próxima segunda, vamos iniciar nosso trabalho de campo — informou o secretário de Saúde do município, Sebastião Campista.
A primeira morte por dengue hemorrágica registrada em SFI aconteceu no último sábado (8). Rones Pereira da Silva foi internado no Hospital Manoel Carola, em Ponto de Cacimbas, depois de ter sentido dores de cabeça e febre. Com a evolução da doença, a equipe médica indicou a transferência para o Hospital Geral de Guarus (HGG), mas Rones faleceu enquanto os profissionais do HGG faziam uma avaliação dentro da ambulância do Resgate Municipal. Em seguida, o veículo retornou com o corpo para o Hospital Manoel Carola, de onde foi liberado para sepultamento.
Campos — A cidade de Campos apresenta o segundo maior índice de infestação do Aedes aegypti, de acordo com dados informados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Foi feito um levantamento em 104 bairros, até maio deste ano, resultando no índice médio de infestação de 4.4%, considerado de alto risco. Segundo os dados, só este ano, foram registrados 3.887 casos de chikungunya, 13 de dengue e nenhum de zika.
Ainda de acordo com as informações, no primeiro levantamento, realizado em fevereiro, o índice era de 1.2%, considerado de médio risco. O grande foco de mosquito encontra-se nos quintais das residências.
Devido ao elevado número no município, uma solução mais acessível pode ajudar no combate ao Aedes aegypti. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) criou duas “armadilhas” para o vetor, por meio de pesquisadores do Laboratório de Ciências Químicas do Centro de Ciência e Tecnologia, comandados pelo professor Edmilson José Maria.
Uma das armadilhas é o repelente Barrepel, que é constituído por uma mistura de substâncias sintéticas e naturais. O produto vem sendo testado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e, na quarta-feira (12), o segundo lote será entregue aos agentes para que possa haver a distribuição em bairros onde o índice está alto.
— Em parceria com a Prefeitura, através do CCZ, já entregamos um lote de 1.100 unidades do repelente e, amanhã (quarta), entregaremos mais 1.300 — disse Edmilson, ressaltando que os bairros para onde serão levados os produtos serão definidos pelo órgão.
O professor explica que as substâncias sintéticas também estão presentes nos repelentes comerciais: DEET (N’,N’-dietil-m-toluamida) e icaridina. A diferença é que a Barrepel possui também óleos essenciais, como citral, citronelal e eugenol.
O GrudAedes é outro produto confeccionado pela Uenf. Em um papel-cartão de cor preta, é depositada uma película espessa de uma cola de longa duração, constituída de uma substância química chamada cairomôneo. Esta substância é utilizada pela fêmea do mosquito para detectar a presença de seres humanos e animais. Atraído pelo cairomôneo, ao pousar na armadilha, o mosquito não consegue mais sair.
Dados do Estado e ações de combate — A Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estado de Saúde (SES) informou que foram registrados, até o dia 4 deste mês, 41.888 casos de chikungunya, 20.622 de dengue e 1.005 de zika. No mesmo período de 2018, foram 24.670 casos de chikungunya, 10.676 de dengue e 1.753 de zika.
Algumas ações estão sendo feitas para o combate ao mosquito Aedes aegypti, como o lançamento da campanha “Atitude contra o mosquito”, que dá dicas de como eliminar os focos do vetor dentro de casa, além de mobilizar a população para a causa.
Ações com drones do Corpo de Bombeiros, visando ao auxílio de agentes de saúde em busca de focos, também estão sendo realizadas. Além disso, há capacitação de mais de dois mil profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, e visitas de técnicos da secretaria aos 36 municípios que apresentam maiores índices de focos do Aedes aegypti. O objetivo é avalição, junto às secretarias municipais de Saúde, os planos de contingência mais adequados para cada área, disponibilização de larvicida e adulticida para os municípios e ampliação do público-alvo para entrega de repelente em Unidades Básicas de Saúde (UBS).

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