Em delação, "Rei Arthur" fala de malas de dinheiro de Garotinho
Aldir Sales 17/06/2019 21:48 - Atualizado em 19/06/2019 18:48
Folha da Manhã
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revelou em seu blog que o empresário Arthur Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo escândalo de compra de votos para o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada de 2016, está negociando uma delação premiada com a promotoria. Segundo o jornalista, um dos alvos da delação do Rei Arthur é o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido). De acordo com a publicação, com base nas declarações do empresário, Garotinho teria o chamado no Palácio Laranjeiras porque “estava com dificuldade em guardar dinheiro”, uma vez que “a propina seria paga em espécie”.
O jornalista diz, ainda, que o ex-governador teria pedido para que Arthur guardasse cerca de R$ 10 milhões, entregues em três malas. O empresário está foragido da Justiça em Miami, nos Estados Unidos. A publicação diz, também, que a delação teria 55 anexos e aponta Arthur como o maior fornecedor de serviços de vários governos do Rio de Janeiro e teria “destrinchado negócios com três ex-governadores”: além de Garotinho, a esposa dele, Rosinha Garotinho (Patri), e Sérgio Cabral (MDB), que está preso e condenado a mais de 100 anos de cadeia por corrupção.
A postagem de Lauro Jardim diz que há relatos de esquemas de corrupção em secretarias, como de Segurança, Saúde, Educação, Administração Penitenciária (Seap) e Ciência e Tecnologia, além de órgãos como Departamento de Trânsito (Detran), Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Corpo de Bombeiros e Tribunal de Contas do Estado (TCE), porém, as negociações estariam em “ponto morto”.
Na última sexta-feira, Garotinho voltou ao protagonismo das manchetes quando o juiz Leonardo Cajueiro, da 2ª Vara Criminal de Campos, determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 18 milhões dele e da esposa em um novo desdobramento da operação Chequinho, porém, na Justiça comum.
O magistrado também determinou que Garotinho use tornozeleira eletrônica e determinou o recolhimento do réu em dias de folga e no período noturno, além da proibição do político da Lapa de frequentar Campos, de manter contato com testemunhas do processo e de ir a escritórios de representação do município em qualquer lugar do país. No entanto, a Seap não informou se o ex-governador já havia colocado o sistema de monitoramento eletrônico. Ainda cabe recurso.
A equipe de reportagem tentou contato com Garotinho, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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