Temer e Moreira são presos na Lava Jato
Paulo Renato Pinto Porto 22/03/2019 08:46 - Atualizado em 22/03/2019 17:43
A força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro prendeu, na manhã dessa quinta-feira (21). o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), 78 anos, e o ex-governador e ex-ministro Moreira Franco (MDB), de 74. O mandado de prisão de Temer foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele foi detido em São Paulo e encaminhado para a sede da Polícia Federal do Rio.
O ex-presidente, acusado de liderar há mais de 40 anos um esquema criminoso que recebeu até 1,8 bilhão de reais, chegou no final do dia à sede da PF no Rio. Ele considerou sua prisão “uma barbaridade”.
A prisão de Temer tem relação com a operação Radioatividade, um desmembramento da Lava Jato. Michel Temer já havia sido denunciado em dezembro em um processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF), por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva em um caso envolvendo o Porto de Santos. Ao deixar a Presidência, em janeiro, o ex-presidente perdeu o direito ao foro privilegiado e seus processos foram remetidos à primeira instância.
As prisões de Temer e Moreira geraram diferentes reações na política local.
A delação que levou Temer à cadeia também trata da compra de votos para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Além de implicar o ex-presidente em cinco esquemas de corrupção, o doleiro Lúcio Funaro afirmou ter disponibilizado dinheiro para o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), comprar votos a fim de garantir o afastamento da petista.
Para o presidente do diretório municipal do PT em Campos, Rafael Crespo, o tempo veio comprovar que o processo de afastamento de Dilma tinha como objetivo maior tirar o PT do poder.
— O tempo é o senhor da razão e está mostrando o que nós denunciamos à época, de que o processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff não foi algo natural, mas que tinha como principal objetivo tirar o PT do governo a qualquer preço. À época esses opositores da presidenta diziam que faziam tudo aquilo em nome da honra, mas logo ficou comprovado mais uma vez que o processo era absolutamente corrompido — avaliou.
Ainda em Campos, o presidente do diretório municipal do MBD, Netinho da Baixada, esquivou-se de comentários mais extensos sobre o fato, mas afirmou não acreditar que a prisão de dois grandes expoentes do partido, como Temer e Moreira, irá impactar a sigla.
— Essa é uma questão nacional, nós estamos ingressando só agora na direção municipal do partido, vamos assumir na terça-feira. De qualquer forma, vamos esperar a conclusão das investigações, mas não acredito que terá impacto no partido em nível local — disse.

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