A Unidade Pré-Hospitalar (UPH) São José, em Goitacazes, na Baixada Campista, foi alvo de reclamações na tarde desta sexta-feira. Entre os principais problemas apresentados por pacientes estão: falta de médicos plantonistas, precariedade na estrutura e a espera da obra, já concluída, porém, nunca inaugurada. A falta de médicos plantonistas no Hospital Geral de Guarus (HGG) também foi divulgada pela Folha na última terça-feira (19).

A moradora de Fazendinha Regina Nogueira, de 41 anos, informou que a irmã, de 32, há cerca de um mês fazia tratamento com um neurologista na UPH São José, mas o médico teria sido transferido para o HGG e, desde então, não substituíram o profissional da área na unidade deixando a população sem o serviço. “Cheguei por volta das 10h para uma consulta com ginecologista, que está atrasada. A unidade sequer oferece exame de preventivo. Há cerca de um mês também procuro agendamento para neurologista e não tem”, disse.

A moradora do Parque Saraiva Daniele Ribeiro Manhães, de 26 anos, também chegou à UPH por volta das 10h para uma consulta marcada com a ginecologista, que, segundo ela, só teria chegado por volta das 14h15. “Estou o dia inteiro nesse hospital para fazer um exame de ultravaginal. Me antecipei porque sei da quantidade de gente que espera por atendimento, mas não teve jeito. Por volta das 13h30, um funcionário na recepção falou que a médica estava na avenida 28 de Março, chegando. São mais de 14h e não busquei minha filha de 3 anos na creche até agora”, questionou.

Em nota, a Prefeitura de Campos informou que vai apurar a denúncia da falta dos médicos na unidade nesta sexta. Caso seja confirmada, um procedimento administrativo será aberto.

Além da falta de médicos plantonistas, pacientes também apontaram a precariedade da UPH São José, cujas obras ainda não foram inauguradas.

A aposentada Duralice da Silva, de 70 anos, moradora de São Sebastião, reclamou da sujeira que encontrou no banheiro do hospital. “Levei um tombo e de dois anos pra cá sinto uma dormência no meu braço direito e, por isso, costumo vir ao hospital para avaliação. Faz dois dias seguidos que noto o banheiro sujo”, afirmou.

Maria Cenilda, de 77 anos, moradora de Goitacazes, lamentou pela espera das obras que prometem ampliar o atendimento na unidade médica. “Essa obra é esperada principalmente pelos moradores da Baixada. Faz pena ver uma obra como essa pronta sem médicos e equipamentos para exames com a população precisando tanto. Mas tenho esperança, um dia sai”, finalizou.

Em relação à nova unidade, foi informado que o mobiliário já foi comprado e a inauguração vai acontecer ainda no primeiro semestre deste ano.

HGG - Na última terça-feira (19), pais denunciaram a falta de médicos na pediatria do HGG. A Prefeitura de Campos informou que abrirá um procedimento administrativo para apurar ausência de médicos durante o plantão na nova pediatria do hospital. A equipe da Folha da Manhã esteve na unidade e ouviu a população que, além da falta de plantonistas, apontou a morosidade no resultado de exames como de fezes, urina e sangue.