Debate repete tom de acusações e ataques
22/10/2018 22:25 - Atualizado em 23/10/2018 17:31
A menos de uma semana para o segundo turno da eleição que definirá o próximo governador do Rio de Janeiro, os candidatos Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) voltaram a se enfrentar em um debate, nesta segunda-feira, promovido pela rádio CBN e pelo site de notícias G1. Assim como nos últimos encontros, sobraram ataques e troca de acusações, no entanto, os postulantes à sucessão de Luiz Fernando Pezão (MDB) também apresentaram propostas para conter a migração da violência no interior, revisão do plano de recuperação fiscal e sobre educação.
Logo na primeira pergunta, Paes precisou se explicar sobre o grupo político que fez parte nos últimos anos, liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e Jorge Picciani (MDB), atingidos pela operação Lava Jato. Como já fez anteriormente, o candidato do DEM disse que foi investigado nos últimos anos e nunca apontaram corrupção na Prefeitura do Rio, a não ser na “operação cinematográfica”, segundo ele, da delação de Alexandre Pinto, ex-secretário municipal de Obras, dois dias antes do primeiro turno, que disse que Paes teria pedido propina em obras. Para se esquivar, ele citou a relação de Witzel e Pastor Everaldo (PSC).
— Até o Bolsonaro saiu do PSC por causa do Pastor Everaldo. Você saiu da justiça para ser empregado de um delatado na Lava Jato (Pastor Everaldo) — afirmou Paes, que também disse que seu adversário não fez campanha em comunidades porque acha “que lá todos são traficantes”. “Nós podemos ver o Witzel da vida real e o Witzel da campanha. Um ex-juiz sem ética. Nunca soubemos de nenhum ato relevante seu como juiz. Não tente imputar a mim os crimes que os outros cometeram. Estão todos na cadeia e eu estou aqui te enfrentando, mostrando que você é despreparado”.
Por outro lado, o ex-juiz citou políticos com supostas ligações com tráfico que fizeram parte da coligação de Paes. Ele deu exemplo do irmão de Marcinho VP, que foi candidato a deputado pelo PHS, e do prefeito de Japeri, que foi flagrado em conversas com traficantes da cidade.
Sobre a migração da violência para o interior, Paes falou que, se eleito, irá reforçar o policiamento. “O que a gente precisa é ter é uma política de segurança efetiva e trazer mais policiamento para o interior do estado. (...) Tem que ter mais polícia. Uma questão é aumentar efetivo do policiamento ostensivo para impedir que essa criminalidade absurda possa prosperar em todo o estado como vem acontecendo”.
Em resposta, Witzel falou em dar mais autonomia para as investigações. “Não adianta colocar mais policial na rua. Essa violência que está ocorrendo no interior é em decorrência da falência da investigação pela polícia que está sucateada. Veja que o candidato não fala da lavagem de dinheiro. Vou dar independência aos delegados e aos policiais civis. Nenhum político vai mexer com eles. Vão poder investigar quem quer que seja”.
O ex-juiz também disse que pretende rever o acordo de recuperação fiscal. “O que não pode é essa dívida que foi contraída por esse governo corrupto. Vamos fazer a repactuação dessa dívida em um prazo longo porque nem a sociedade, nem o servidor público pode pagar essa conta. Fique tranquilo que nós vamos fazer isso”.
Concorrente de Witzel, Eduardo Paes também concordou que é necessário que haja mudanças no acordo. “O acordo de Recuperação Fiscal foi importante para manter em dia o salário dos servidores públicos, mas ele precisa, sim, ser repactuado, ser renegociado. Isso é algo que nós vamos fazer, eu fiz isso na Prefeitura em duas oportunidades. Farei, também, no Governo do Estado”. (A.N.) (A.S.)

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