Cabral pagou propina para barrar requerimentos de Garotinho, diz delator
25/10/2018 14:34 - Atualizado em 25/10/2018 14:54
Novos trechos da delação de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), foram revelados nessa quarta-feira (24) pela GloboNews. Em um dos trechos, Miranda aponta senadores e deputados federais como beneficiados por propinas do esquema criminoso do ex-governador do Rio de Janeiro. Inclusive, segundo o delator, a propina para uma deputada teria o intuito de barrar requerimentos do então deputado federal Anthony Garotinho (PRP) na Câmara Federal.
A delação, homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, cita dois senadores supostamente envolvidos com esquema de propinas. Um deles é Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, a outra Rose de Freiras (Podemos).
Segundo o operador, na época da campanha presidencial de 2014, Aécio esteve com Cabral e o ex-governador se comprometeu a ajudá-lo na campanha. Miranda contou que Cabral pediu a ele para que procurasse José Carlos Lavouras, representante da Federação das Empresas de Ônibus do Rio de Janeiro (Fetranspor) para que ele pagasse R$ 1,5 milhão a Aécio.
Miranda também revelou que esse dinheiro supostamente doado via caixa 2 foi descontado da propina que a Fetranspor pagava para Cabral. Ainda de acordo com a delação, Cabral teria intermediado pagamentos de vantagens indevidas da construtora OAS para Aécio.
Caso Garotinho — Outra integrante do Senado que aparece na delação, Rose de Freitas era deputada federal na época em que supostamente recebeu dinheiro ilegal. Miranda afirmou que, no início do segundo mandato de Cabral, em 2011, o então governador pediu a ele que entregasse R$ 500 mil a Rose. Na época, ela era filiada ao MDB, mesmo partido de Cabral e ocupava o cargo de primeira vice-presidente na mesa diretora da Câmara dos Deputados, sendo responsável por acolher os requerimentos feitos por outros deputados.
Segundo Miranda, Cabral disse que a propina seria paga para que Rose barrasse os requerimentos feitos pelo então deputado Garotinho — que se tornou um dos maiores inimigos políticos de Cabral.
De acordo com o delator, um dos requerimentos de Garotinho foi feito em razão das viagens de Sérgio Cabral ao exterior. Garotinho queria que Cabral fosse investigado por “frequentemente se ausentar do estado por períodos que extrapolam os limites fixados em lei, especialmente com o uso de aeronaves cedidas por empresários”.
Outros citados — Miranda citou ainda, em sua delação, dois deputados federais da bancada do Rio que teriam recebido propina do ex-governador Sérgio Cabral. Um deles é Aureo Lídio (SD), reeleito este ano para o seu terceiro mandato. O outro é Julio Lopes (PP), secretário de Transportes no governo Cabral, que não foi reeleito neste ano.
Todos os citados negam as acusações.
Confira a matéria completa no portal G1.
 
 

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    Arnaldo Neto

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