"Halloween" estreia nos cinemas
24/10/2018 18:20 - Atualizado em 26/10/2018 18:05
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Sem dúvida alguma, a melhor indicação é o filme “Halloween” entre as estreias anunciadas para esta semana nos cinemas de Campos dos Goytacazes. Segundo observações da crítica, alguns clássicos raramente ficam intocados por Hollywood, e o icônico terror “Halloween”, de John Carpenter, com certeza não foi deixado em paz. Após uma dezena de filmes, incluindo sequências e remakes, lançados ao longo de 40 anos, uma nova revitalização chega aos cinemas com o aval de Carpenter. Também intitulado como “Halloween”, o novo filme é dirigido por David Gordon Green e conta com a volta de Jamie Lee Curtis ao papel que eternizou.
Com a proposta de reapresentar Laurie Strode (Curtis) e seu perseguidor Michael Myers sob novas lentes, “Halloween” ignora os cânones construídos ao longo das muitas sequências, de “Halloween II” a “Halloween Ressurreição”. Como sequência direta ao original de 1978, o filme roteirizado por Gordon Green, Danny McBride e Jeff Fradley pretende transportar o jogo de gato e rato para novos tempos, além de descartar os elementos sobrenaturais apresentados em capítulos como 4, 5 e 6.
Quatro décadas depois da traumática noite na qual se viu face a face com o assassino Myers, Laurie vive reclusa em uma casa fortemente protegida e com um porão cheio de armas. Afastada da filha (Judy Greer) e da neta (Andi Matichak), ela se vê obrigada a se reaproximar delas quando Myers, que estava detido em um hospício, escapa durante uma transferência para outra instituição. Sua fuga, é claro, coincide com a véspera de 31 de outubro, o Halloween.
Um fator que logo chama a atenção é o contraste entre a paranoia de Laurie e a despreocupação de todo os outros personagens. Enquanto a mãe ficou cicatrizada para sempre e ainda sofre com isso, sua filha acredita piamente que vivemos em um mundo de “carinho e compreensão”. Enquanto isso, um amigo de sua neta acha que Michael, que matou um total de cinco pessoas entre o original e esse, não é nada demais para os parâmetros atuais de serial killers.
Este novo “Halloween” também brinca com os papéis ocupados por Laurie e Michael, mesmo que não tão frequentemente quanto poderia. Em uma de suas primeiras aparições, Laurie é revelada da mesma maneira com que o assassino era avistado primeiramente no original, e esse novo registro da personagem se repete em outros instantes do filme. Assim, o velho jogo de gato e rato, agressor e vítima, é chacoalhado e ganha algum frescor.
No entanto, se isso gera promessa de uma narrativa mais nuançada, “Halloween” acaba pecando por não explorar a psique de Laurie com profundidade. Além disso, a construção da personagem nem sempre é coerente ao longo de todo o filme, já que em um momento a protagonista defende que Michael Myers é caso encerrado e em outro expressa satisfação por vê-lo escapar do cárcere, apenas para que pudesse matá-lo. Afinal, ela está ou não preocupada com a segurança da família?
Na verdade, isso acaba nem importando muito, já que “Halloween” segue uma estrutura mais deslocada que o esperado. Por mais que os minutos iniciais apresentem bem o drama de Laurie, o filme passa a se perder com personagens coadjuvantes, especialmente quando chega o fatídico Dia das Bruxas. Pulamos de vítima aleatória em vítima aleatória, enquanto Laurie fica de escanteio por boa parte do tempo. Há certo mérito na maneira como o roteiro precede essas mortes, com momentos banais e muitas vezes cômicos, mas perde-se urgência por conta disso.
Já o que não deveria ser aprofundado e aqui é mantido assim são as motivações de Michael Myers, descrito como o mal encarnado pelo Dr. Loomis no primeiro longa. Os roteiristas, nesse caso, acertam em nem se dar ao trabalho de explicar “a forma”, preservando o mistério que torna o assassino tão perturbador. Vale notar também que Myers passa um bom trecho do filme sem sua máscara, mas nunca vemos seu rosto devidamente.
Também entra em cartaz hoje “Fúria em Alto Mar”. Permanecem em exibição “Tudo por um Pop Star”, “O Primeiro Homen”, “Venom”, “Crô em Família”, “A Justiceira”, “Nasce uma Estrela”, “Pé Pequeno” e “A Casa do Medo”. (A.N.) (C.C.F.)

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