Fernando Haddad foi escolhido, nessa terça-feira (11), pelo PT para disputar a presidência da República no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro e que teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.
O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação era o vice na chapa de Lula e, agora, quem assume a sua antiga posição é Manuela D’Ávilla (PC do B), que desistiu de se candidatar à presidência depois do seu partido ter decidido apoiar o PT.
O TSE determinou que o PT deveria anunciar até essa terça a substituição do nome de Lula na chapa presidencial, sob risco de o partido não poder lançar candidatura ao Palácio do Planalto. A Justiça Eleitoral definiu também que o PT retire do ar as inserções e programas eleitorais em que o ex-presidente aparece como candidato. Se a medida for descumprida, há o risco de a coligação ter a propaganda suspensa pelos integrantes da Corte.
Após se reunir com o ex-presidente, Haddad deixou o prédio da PF por volta das 17h15 e falou para a militância que esperava do lado de fora. “Vamos dizer para o povo: você está sentindo a dor que eu estou sentindo, mas não é hora de voltar para casa de cabeça baixa. É hora de sair para a rua de cabeça erguida. Nós vamos ganhar essa eleição pelo Lula, pelo PT, pelo PC do B, pelos movimentos sociais e pelo Brasil”, disse o candidato.
Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos fundadores do PT, leu uma carta de Lula, intitulada “Carta ao Povo Brasileiro” — mesmo título de um texto divulgado pelo petista nas eleições de 2002, quando foi eleito pela primeira vez. Na carta, Lula afirma que foi “incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa” para não poder disputar as eleições e que teve que tomar uma decisão no prazo imposto pela Justiça.
— É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação ‘O Povo Feliz de Novo’ a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente — diz a carta.
Na última segunda-feira, a defesa do ex-presidente havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar o prazo para apresentar o substituto até 17 de setembro. O recurso, entretanto, não chegou a ser analisado até essa terça, e o partido acabou decidindo por anunciar a substituição de Lula por Haddad. (A.N.)
