Filme provoca reflexões em torno das diferenças humanas
Jhonattan Reis 28/06/2018 18:44 - Atualizado em 29/06/2018 13:36
“Somos todos diferentes, cada um com sua particularidade e escolhas, mas não tem por que não nos aceitarmos em relação às nossas diferenças”. A reflexão foi feita pelo psicanalista, dentista e ator Luiz Fernando Sardinha logo após ele apresentar o filme “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name, 2017) no Cineclube Goitacá, na noite de quarta-feira (27). A obra, do diretor Luca Guadagnino, foi exibida com entrada gratuita na sala 507 do edifício Medical Center.
Antônio Leudo
Sardinha também comentou que sempre, ao assistir a um filme, se liga mais na história e menos em questões técnicas. Ele disse que é um longa-metragem tocante e que causa reflexão.
— Eu presto sempre mais atenção no tema justamente por estar mais ligado ao que faço, à psicanálise. E eu, particularmente, adoro formas de se contar histórias. Nesta, é tratada uma questão muito discutida, que é a das relações homoafetivas, e de forma muito sutil. E o filme também não é chocante justamente porque se passa em um ambiente em que a cultura é outra, o que nos faz perceber ainda mais que estamos num país onde a educação e a cultura tem uma grande luta pela frente e muito para evoluir — disse.
O longa-metragem de Guadagnino tem como cenário o norte da Itália, em 1983. Na trama, o sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana. Porém, tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico de origem americana que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.
Sardinha contou, ainda antes da exibição, que conheceu o filme de uma forma muito curiosa.
— Assisti a uma entrevista, na Globo News, com o autor do livro que deu origem ao filme. O livro tem o mesmo nome do longa e o autor é um judeu chamado André Aciman. Assisti à entrevista e fiquei encantado com inteligência dele. Logo soube que uma das obras de Aciman foi adaptada para cinema e fui à procura do filme — falou ele, que contou, também, que presenteou sua sogra com o livro de André Aciman. “Eu não li, mas ela leu e disse que o final é mais completo no livro, apesar de o do filme também ser ótimo”.
Após a sessão, a cirurgiã-dentista Gleice Cabral Rebel descreveu o filme como “ótimo”. Já o pesquisador e professor Marcelo Sampaio comentou: “Muito lindo”.
O cineasta e publicitário Felipe Fernandes também falou sobre a sutilidade de “Me Chame Pelo Seu Nome”. “O filme é bem sutil com tudo, e isso se estende ao relacionamento deles. Isso pode soar menos agressivo aos reacionários em relação ao tema”.
Quem também comentou foi o advogado e publicitário Gustavo Oviedo: “Ponto importante que filme destaca, e que está presente na fala do pai para o Elio, é a importância de aceitar a dor, a tristeza, e não correr dela”.

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