"O Último Cartucho" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 03/10/2017 16:08 - Atualizado em 06/10/2017 18:41
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ENTITY_quot_ENTITYO Último CartuchoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Tem faroeste na tela do Cineclube Goitacá na noite desta quarta-feira (4). O longa-metragem “O Último Cartucho” (Straight Shooting, 1917), dirigido por John Ford, será apresentado pelo professor e crítico de cinema Aristides Soffiati. A sessão começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, situado à esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita. Antes do filme dirigido por John Ford, Soffiati apresentará o curta-metragem “A Loucura do Dr. Tube” (La folie du Docteur Tube, 1915), do diretor Abel Gance.
Em “O Último Cartucho”, um pistoleiro (Harry Carey) é contratado por um grande latifundiário para expulsar uma pobre família de sua única porção de terra. Ao perceber a conjectura dos fatos que apresentavam a total vilania do dono das grandes terras, o pistoleiro resolve ajudar a família a deter o malfeitor.
— Escolhi este filme por três motivos. O primeiro deles: representar o gênero western (como também é conhecido o faroeste), já que eu tenho abordado essa questão nas minhas apresentações no Cineclube. O segundo motivo é apontar um grande diretor de western nos Estados Unidos, trazendo, então, o John Ford, como diretor, e a questão de país, que são os Estados Unidos. Já o terceiro se trata de lembrar o centenário de “O Último Cartucho”, que é o primeiro filme de Ford que não se perdeu — explicou Aristides Soffiati.
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ENTITY_quot_ENTITYO Último CartuchoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Do longa, Soffiati destacou a direção de John Ford.
— Como disse, este é o primeiro filme de Ford que não se perdeu e, mesmo nesse início de carreira (1917 é o ano de estreia de Ford como diretor), ele já começa sendo o John Ford que seria até o final da vida, apresentando a marca dele, sendo um diretor exigente e incorporando bem forma e conteúdo. “O Último Cartucho” é um típico filme de John Ford. Inclusive, ele era um cineasta raro nos Estados Unidos. Foi um diretor que deixava sua marca pessoal em cada filme que fazia. De fato, um excelente diretor.
Ainda sobre John Ford, o apresentador da noite comentou:
— Para quem não conhece trabalho dele, recomendo todos os filmes. Alguns fogem mais da questão do western, mas a maioria das obras dele faz parte do gênero. Conheço grande parte da carreira de Ford e são filmes muito bem trabalhados. Ford sabia contar uma história com bastante personalidade.
Aristides Soffiati também falou sobre a relação de Ford com os filmes de faroeste.
— Ele praticamente criou esse gênero. Ford colocou, em seus filmes, elementos que tanto ele mesmo quanto outros cineastas iriam desenvolver com o passar dos anos. Entre eles, a questão da luta entre grandes e pequenos fazendeiros, o que começou a aparecer com frequência em muitos filmes do gênero. Em “O Último Cartucho” mesmo acontece isso. E este é um filme que tem todos os arquétipos de filmes de faroeste.
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ENTITY_quot_ENTITYO Último CartuchoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Soffiati contou que conheceu “O Último Cartucho” este ano.
— Tive conhecimento sobre ele e o assisti pela primeira vez no começo deste ano, nessa prática que estou tendo de garimpar raridades. Estou procurando, pesquisando e juntando muitos filmes. E tenho feito isso com obras físicas. Hoje em dia se pode ter na internet, através de links e arquivos. Porém, gosto do material físico. Por isso, tenho o DVD.
Já a “A Loucura do Dr. Tube” é uma ficção científica de 1915.
— É um filme bem curto. E curioso é que pouco depois disso este diretor, o Abel Gance, passou a fazer só filmes bem longos, como “A Roda” (La Roue, 1923), que tem três horas e 40 minutos, e “Napoleão” (Napoléon, 1927), de cinco horas e 30 minutos. É importante exibir este filme para apontar a relevância de Gance para a história do cinema. É um diretor que influenciou muitos cineastas, como (Akira) Kurosawa e (Serguei) Eisenstein.

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