Seminário da Pedralva aborda Festival de MPB
06/10/2017 18:22 - Atualizado em 13/10/2017 19:34
Neste sábado (7) acontece a terceira palestra do IV Seminário Cultural da Academia Pedralva de Letras. Será realizada às 16h30, no auditório do Museu Histórico de Campos — localizado à praça do Santíssimo Salvador, no Centro de Campos. O pesquisador e professor Marcelo Sampaio falará sobre “os 50 anos do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record”, que aconteceu em 1967. Ainda no museu, mas às 19h, Marcelo Sampaio fará a noite de autórgrafos de seu livro autobiográfico, intitulado “Amálgamas da Memória”, que foi lançado no mês passado, no Rio de Janeiro. Ambos os eventos têm entrada franca.
Na palestra, Sampaio trará várias curiosidades e fatos relacionados ao festival.
— Ele, que foi feito num teatro, em São Paulo, ficou conhecido como “o festival da virada” por vários motivos. Primeiro, porque ocorreu quando a ditadura militar brasileira estava ficando mais dura. O clima político estava bem quente tanto nesse festival quanto nos dois anteriores. Em segundo lugar, foi uma disputa musical com vários nomes que depois se tornaram monstros da MPB, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Sérgio Ricardo, Roberto Carlos e Elis Regina, todos quase desconhecidos àquela época — disse Marcelo, continuando:
— Outro motivo é que essa foi a época em que houve uma clara divisão entre o pessoal que vinha da bossa nova, como Buarque e Tom Jobim, e o pessoal do tropicalismo, como Caetano e Gil, com as guitarras elétricas. Engraçado é que houve certa disputa até em relação ao visual deles. Chico, à época, que estava vestido de smoking, ficou um pouco magoado porque Caetano, que, assim como Gil, estava com roupas psicodélicas, chamou ele de careta. Interessante é que esse festival aconteceu em outubro de 1967 e estamos falando dele 50 anos depois, em outubro de 2017.
No III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record também teve, entre outras coisas, músico quebrando violão e jogando na plateia.
— Foi outra curiosidade que aconteceu. Sérgio Ricardo não estava confortável com as vaias que ele estava recebendo pela música “Beto Bom de Bola”. Então, ele acabou a apresentação e jogou o violão na plateia depois de ter quebrado o instrumento. Foi uma das coisas que mais chamou atenção das pessoas nesse festival.
Marcelo Sampaio ainda fará uma análise das quatro músicas que ficaram nas primeiras colocações do festival.
— A música que ficou em quarto lugar foi “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso. Em terceiro, ficou “Roda Viva”, de Chico Buarque. A segunda colocação ficou com “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil. Já o primeiro lugar foi “Ponteio”, de Edu Lobo. Dessas canções, algumas serão apresentadas em vídeo, com os músicos tocando no festival de 1967, e outras serão interpretadas por Carol Poesia (poeta e cantora).
Também de acordo Marcelo Sampaio, que é coordenador do seminário, as próximas palestras serão realizadas em novembro e dezembro, sempre em sábados.
NOITE DE AUTÓGRAFOS
Às 19h, Marcelo Sampaio fará a noite de autórgrafos do livro “Amálgamas da Memória”, sua biografia. A obra, publicada pela Editora Augrafia, foi lançada no mês passado, na Bienal Internacional do Livro Rio, no RioCentro, Barra da Tijuca.
Marcelo contou que haverá, no evento, intervenções musicais e literárias. “Teremos a presença de amigos músicos e atores que vão se apresentar”, disse ele. O livro conta com 50 temas que foram importantes para a vida de Sampaio, todas abordados de forma bem-humorada. 

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