Polícia Civil realiza reconstituição do assassinato de Patrícia Manhães
15/06/2016 17:06
Fotos: Rodrigo Silveira e Carolina Barbosa 

Aconteceu nesta quarta-feira (15) a reconstituição do crime que vitimou a analista judiciária Patrícia Manhães. A ação foi acompanhada pelo delegado titular da 146ª Delegacia Legal de Guarus, Luís Maurício Armond, além de uma equipe de cerca de 20 policiais civis, dos promotores Fabiano Rangel e Marcelo Lessa, e do comandante do Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal de Campos (GAM), Sávio Tatagiba. A reconstituição ocorreu na sede do GAM, nas antigas instalações da Ceasa, em Guarus.

O procedimento começou no final da tarde. O guarda municipal, marido  da vítima e suspeito de ser mandante do crime, Uenderson Mattos esteve presente, algemado, com uma touca ninja e blusa da Secretaria Estado de Administração Penitenciária (Seap).

O carro em que a analista judiciária estava no momento do crime também foi utilizado. Na dinâmica, uma policial civil simulou Patrícia  e os dois disparos que atingiram a vítima foram reconstituídos. Uenderson contou que estacionou o carro aos fundos da sede, desceu, abriu a porta traseira e pegou uma pipa de pesca que seria entregue ao primo, que é guarda ambiental. Em seguida, Uenderson foi até uma janela, olhou para dentro do grupamento, tentou abrir uma porta que estaria fechada e deu a volta para entrar por outra porta no lado oposto. Ainda de acordo com a versão de Uenderson, ele teria ouvido os disparos de dentro do grupamento, corrido para a janela e em seguida saído pela porta que, segundo ele, estava fechada anteriormente. Na sequência, o guarda municipal teria corrido em direção ao veículo, onde encontrou a esposa baleada.

Após a versão do guarda municipal, o delegado Armond disse a ação foi positiva, mas ainda não há uma conclusão.
— Tivemos algumas novidades, mas ainda vamos analisar para poder chegar a alguma conclusão. Não existe muitas contradições na versão do Uenderson. Existem alguns pontos que estamos procurando com essa reconstituição. Estamos esclarecendo e tendo muitos posicionamentos favoráveis que ainda serão analisados com calma. Não existe confissão dele (Uenderson) — declarou Armond.

A versão de Uenderson Mattos foi a primeira a ser reconstituída, seguida de outras testemunhas que foram mantidas em sigilo por motivo de segurança. O suspeito de executar a Patrícia, Jonathan Bernardo Lima, de 34 anos, também esteve no local e teve a oportunidade de apresentar  sua versão.  “Se ele vai falar ou não, não sabemos. O que estamos avaliando aqui é como aconteceu. Há um tiro que foi à queima roupa”, disse.

No dia do crime, o local estava escuro por falta de iluminação pública e, após o ocorrido, a Prefeitura fez reparos nas lâmpadas. Para tentar se aproximar da cena do crime, o delegado solicitou que iluminação fosse desligada.

Analista judiciária foi morta há dois meses

O crime aconteceu no dia 13 de abril, quando Patrícia, morreu após ser baleada dentro do seu carro, em frente à sede do GAM da corporação. Ela chegou a ser socorrida pelo marido Uenderson, no próprio veículo, um Spin preto, e levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela teria sido atingida por dois disparos, na cabeça e no pescoço.
Na manhã de 25 de maio, Uenderson foi preso, sendo apontado como suspeito do homicídio triplamente qualificado da esposa e de obstrução às investigações da polícia. A prisão aconteceu durante uma operação intitulada “Aleiva” — que significa traição —, comandada por Armond e pelo promotor público Fabiano Rangel. No mesmo dia, ainda foram cumpridos mais dois mandados de prisão e outros de busca e apreensão.

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