Charbell reconhece vacinação em dia
18/05/2016 10:05

Marcus Pinheiro
Foto: Rodrigo SIlveira 

Em reunião na tarde dessa terça (18), na sede da secretaria de Saúde de Campos, entre o diretor de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, e Marinês Cândido — mãe das irmãs Ana Vitória Cândido Silva e Joyci Cândido Silva que morreram na UPA entre a noite da última quarta-feira (11) e a madrugada de quinta-feira (12), após passarem pelo HGG —, o representante do município voltou atrás e afirmou que a questão do cartão de vacinação desatualizado foi um “mal entendido”. Apesar disso, Charbell não descartou a possibilidade de meningoccemia ter sido a possível causa da morte das irmãs, pois segundo ele “nem toda a vacina tem 100% de eficácia”.

Logo após o óbito, a assessoria da secretaria de Saúde emitiu nota com fala do secretário Geraldo Venâncio de que “as duas meninas não tinham tomado a vacina contra meningites” e em coletiva dada um dia após as mortes, Charbell também falou sobre o cartão de vacina desatualizado.
— Foi esclarecido o mal entendido do cartão de vacina atrasado. Na verdade havia vacina da Ana Vitória que seria dada na campanha da gripe e de hepatite A e varicela. Mas a vacina de meningite C estava em dia —, explicou Charbell, após a família contestar o posicionamento da secretaria.
Charbell ressalou ainda que há possibilidade de meningoccemia ou meningite por tipo de meningococo de algum tipo diferente do C. Outra possibilidade levantada por Charbell, nessa terça, é uma baixa imunidade.

Ontem, Marinês disse que a divulgação do diagnóstico preliminar feito pela Prefeitura e o equívoco dos cartões de vacina têm lhe rendido diversos episódios de constrangimento. “Muitas pessoas estão me criticando nas ruas por eu supostamente não ter dado vacina as minhas filhas. Em vários lugares que eu vou as pessoas comentam o caso, muitas até mesmo sem saber que eu era a mãe e me julgam como culpada. Isso aconteceu devido a alegação dos representantes da saúde que disseram que as mortes aconteceram por que eu não vacinei as meninas. Mas, como eu provei que os cartões de vacinação estão em dia, gostaria que eles se desculpassem não só pessoalmente, mas, também nos meios de comunicação para que todo mundo saiba que os cartões das minhas filhas estão em dia e que eu não fui negligente”, disse ao acrescentar que ela teria sido orientada por Charbell a não dar mais entrevistas para a imprensa.

O caso ganhou tanta repercussão que o deputado estadual Geraldo Pudim chegou a solicitar intervenção na Saúde Pública de Campos à Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro, à Chefia de Polícia Civil e à comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e uma investigação rigorosa. Em resposta, que foi divulgada no blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, Geraldo Venâncio pediu calma a Pudim. “Mais uma vez o deputado Pudim, pré-candidato declarado, que não tem programa de governo nem proposta, tenta fazer críticas à Saúde Pública de Campos. Esse caso das irmãs que faleceram foi uma tragédia. O diagnóstico presuntivo é de meningococcemia. Uma doença extremamente grave, infecciosa e devastadora. Estamos apenas aguardando os laudos da perícia que foi feita para que possamos dar a posição oficial da secretaria de Saúde. Sugiro ao deputado Pudim que se acalme um pouco e aguarde”, disse.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    BLOGS - MAIS LIDAS