Irmãs morrem com suspeita de meningite
12/05/2016 10:05
Carolina Barbosa
Fotos: Tércio Teixeira e Reprodução Facebook

Duas irmãs, de 1 e 6 anos, moradoras de Custodópolis, morreram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) entre a noite dessa quarta-feira (11) e madrugada de quinta (12), após serem atendidas com quadro de febre no Hospital Geral de Guarus (HGG) e liberadas em seguida. As mortes de Ana Vitória Cândido Silva e Joyci Cândido Silva deixaram os pais das crianças em estado de choque e geraram comoção na cidade. A secretaria de Saúde de Campos não descartou a hipótese de meningite.

De acordo com familiares, Ana Vitória, de um ano e nove meses, apresentou febre na quarta-feira à tarde e foi levada pela mãe para o HGG. Joyci chegou a ir para a escola na quarta, mas também apresentou febre. Familiares foram, então, acionados pela diretora da unidade, que levou a menina para o HGG, onde encontraram a mãe e a irmã mais nova. As duas foram atendidas, medicadas e liberadas, segundo parentes.

Ainda no período da tarde, já em casa, Ana Vitória teve uma piora e foi levada pelos pais até a UPA, onde chegou desmaiada. Ela foi atendida, mas não resistiu e morreu em seguida. Depois, familiares receberam a informação de que a Joyci também teria apresentado uma recaída. A menina foi socorrida para a UPA, onde morreu na madrugada desta quinta-feira.

O caso foi registrado na 146ª Delegacia de Polícia (Guarus) e os corpos das meninas foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Campos, onde passaram por exames para identificar a causa das mortes.

A coordenação da UPA Campos informou, por meio de nota, que “a paciente Ana Vitória Cândido Silva deu entrada na unidade às 21h07 desta quarta-feira (11/05) em parada cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de ressuscitação, mas a paciente foi a óbito”. Sobre a paciente Joyci Cândido Silva, a coordenação informou que “a criança deu entrada na unidade à 1h05 desta quinta-feira (12/05) apresentando quadro de febre, vômito e fraqueza, sendo submetida a exames de sangue, que apresentaram resultados sem nenhuma alteração. Joyci foi medicada, permanecendo em observação até as 5h, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de ressuscitação, mas a paciente foi a óbito”.

O secretário de Saúde de Campos, Geraldo Venâncio, vai conceder uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (13), às 11h, para falar sobre a suspeita de que as duas irmãs tenham morrido em consequência de meningococcemia. “As duas meninas não tinham tomado a vacina contra meningites. Mediante a suspeita, a secretaria está realizando quimioprofilaxia estendida de antibiótico nas unidades onde as meninas estudavam, conforme protocolo do ministério da Saúde”, explicou.

O diretor de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, assegurou que os familiares já estão sendo medicados também. “Continuamos investigando e acompanhando o caso. A expectativa é que consigamos elucidá-lo em 15 dias, aproximadamente. Não existe relação alguma com a vacina contra a gripe”, disse.

A assessoria de imprensa da Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que no HGG “a menor de dois anos incompletos deu entrada às 15h55, a outra, de 6 anos, deu entrada às 17h12. Ambas foram atendidas, medicadas e ficaram em observação, porém, acompanhadas por profissionais médicos distintos. Foram liberadas por critérios médicos, com quadros clínicos estabilizados e ambas sem febre”.

Sepultamento — As duas irmãs foram sepultadas por volta das 16h30 desta quinta-feira, no cemitério do Caju, sob forte comoção. Abalados com a situação, familiares e amigos da família prestaram as últimas homenagens. A mãe e uma das tias das meninas passaram mal e tiveram que ser retiradas cerimônia.

Cuidados — Como prevenção, a creche municipal de Custodópolis e uma escola particular, no mesmo bairro, onde as irmãs estudavam, passaram por bloqueio epidemiológico. Uma equipe medicou alunos e professores até o final da tarde.

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