UPH de Guarus sem água e ambulância
24/11/2015 12:11

Fotos: Reprodução de vídeo

A semana começa com mais reclamações por parte dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Campos, que surgem para ilustrar o estado precário em que os hospitais e postos municipais se encontram. “Falta tudo neste lugar! Não temos nem água para beber. Não há nem itens básicos como papéis higiênicos nos banheiros”, relevou uma funcionária da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Guarus que, por receio de represálias, optou por não ser identificada. Além da falta de artigos de primeira necessidade, a UPH ainda estaria sem a assistência de ambulância, pois o veículo estaria quebrado.

Em recente entrevista à Folha, o atual secretário de Saúde, que também acumula o cargo de presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Geraldo Venâncio, declarou que não considera o cenário da Saúde no município “caótico”. No entanto, frente aos problemas enfrentados nas duas principais unidades hospitalares do município na última semana, que estiveram sem refrigeração, limpeza e vigilância, funcionando como “saunas sujas”, conforme registros realizados nos hospitais Ferreira Machado (HFM) e Geral de Guarus (HGG), pacientes e familiares discordaram do secretário.

— A Saúde está sucateada e será que ninguém enxerga isso? Isto é o caos! Não é possível que alguém ache que o que estamos vivendo, em Campos, é normal. Aqui na UPH de Guarus o serviço tinha tudo para ser bom, os funcionários são comprometidos e esforçados. Mas, não há boa vontade que sustente a falta de estrutura — declarou uma usuária da rede municipal de saúde que não quis ser identificada.

Em nota, a assessoria de comunicação da FMS alegou que o consumo de água mineral no domingo foi maior do que o normal. “Mas a UPH de Guarus conta com bebedouro com sistema de dupla filtragem”, disse a nota. Em relação à falta de ambulância na unidade, a FMS afirmou que o veículo apresentou problema na direção, também no domingo, mas que já estaria funcionando normalmente. “Cabe ressaltar que nenhum paciente deixou de ser transferido ou removido, pois a UPH de Guarus contou com suporte das ambulâncias do Programa Emergência em Casa”, completou. Quanto à falta de papéis higiênicos a FMS não se pronunciou.

Corredores mais uma vez estão lotados

Permanecem lotados os corredores do HFM e HGG. Ontem, novos flagrantes voltaram a ser registrados pelos leitores da Folha. Pacientes amontoados em macas enquanto aguardavam atendimento médico ou mesmo após de assistidos permaneciam em locais de passagem em face da superlotação.

Como se não bastasse a falta de espaço suficiente para atender à demanda, que a FMS insiste em dizer que ocorre devido a sobrecarga causada pelo acúmulo de pacientes provenientes de outros municípios, familiares de pacientes internados no HFM reclamam, ainda, da demora no atendimento, mofo e infiltração no teto da sala de emergência e do excesso de água no chão dos banheiros.

— É um absurdo! Estou com uma tia de 86 anos, acidentada, internada neste hospital que mais parece um açougue. O atendimento é demorado. Aguardamos quase nove horas para que ela fosse assistida. Há mofo no teto, infiltrações, é horrível. E o banheiro? Quase dá pra nadar de tanta água que tem no chão — disse a familiar de um paciente que não quis ser identificada.

No HGG, o cenário não foi muito diferente. Pacientes permaneceram recebendo atendimento nos corredores durante a tarde de ontem, quando deveriam receber assistência em salas de tratamento apropriadas.

A reportagem da Folha procurou a FMS para esclarecimento. No entanto, até o fechamento desta edição, não houve resposta.

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