Suzy Monteiro
Fotos:
Valmir Oliveira
Héllen Souza
Silésio Corrêa

Obras e saúde. Dois pilares de qualquer administração pública também são os primeiros a sofrer abalos quando o dinheiro desaparece da praça. Em Campos, obras atravessam governos e o ritmo é ditado, muitas vezes, não pela necessidade da população, mas daqueles que estão “com a caneta na mão”. Durante a semana, a Folha da Manhã percorreu algumas obras emblemáticas no município, como o Hospital São José, a RJ 216 e a Avenida Arthur Bernardes, além do próprio Centro Histórico e constatou, em algumas, poucos operários e um ritmo lento. Porém, de acordo com o diretor de Infraestrutura, Thiago Cordeiro, todas as obras estão em execução e seguindo o cronograma: “A terceira etapa da Avenida Arthur Bernardes está em fase de conclusão. Já foram concluídos asfaltamento, iluminação e a sinalização está em fase final, assim como a construção das pontes gêmeas”.

Também enfrentando problemas de atrasos estão serviços ligados à saúde. Direito garantido pela Constituição Federal, a saúde tem enfrentado problemas como atrasos no pagamento da prefeitura à empresa que presta serviço através do sistema de Home Care, como relatado pela Folha semana passado. Com o repasse atrasado, técnicos de enfermagem que trabalham para a empresa estavam, por conseqüência, com salários atrasados e ameaçaram parar. O impasse só foi resolvido depois que familiares dos pacientes protocolaram denúncia no Ministério Público Estadual (MPE). A prefeitura pagou no dia seguinte.

Também em atrasos estavam funcionários do Hospital Geral de Guarus que recebem através do RPA. Sobre essa questão não houve resposta da Prefeitura de Campos não respondeu o porquê do atraso e se já havia sido regulamentado.

Centro Histórico - Obras iniciadas em maio de 2012, orçadas em R$ 65,5 milhões. Previsão de término em três anos - maio de 2015. Ao todo, 26 ruas, avenidas e praças serão contempladas. Primeira fase entregue pela prefeita Rosinha em maio de 2013. Alguns trechos da área já entregue tiveram que ser refeitos, segundo a prefeitura, por uso indevido de motoristas. Na última sexta-feira, havia cerca de 20 homens trabalhando com máquinas e a obra segue em ritmo normal.

Hospital São José - Obras iniciadas em julho de 2012. Projeto orçado em R$ 6 milhões, consistem em construção de um prédio com dois pavimentos e a recuperação de toda estrutura onde atualmente funciona a unidade. Sexta-feira, entre 9 h e 10h, a Folha esteve no local. A obra, embora pareça estar perto da conclusão, não foi percebida a presença de funcionários na obra apenas o vigia. Havia quatro homens trabalhando na rua lateral de acesso ao hospital.

Cidade da Criança - Obra iniciada em junho de 2012 foi orçada em R$ 10.528.918,60, tem previsão para ser inaugurada em 2014. Os bancos terão formato de cachorro quente, os quiosques serão como saco de pipoca e de sorvete. No final de 2012, o ritmo foi desacelerado em função, segundo informações da prefeitura à época, da redistribuição de royalties. Na última quinta-feira, obras estavam a todo vapor, com bastante movimentação de operários.

RJ 216 - Obras iniciadas em 2011, com prazo para a conclusão de 18 meses. Orçadas em R$ 56 milhões, as intervenções compreendem construção de ciclovia, drenagem, passarela para pedestres e trevo em frente do Hospital São José. Na última quinta-feira, apenas quatro funcionários estavam no trecho próximo ao posto da BPRV. Sem movimentação e sem máquinas. Os operários estavam retirando terra de um canteiro lateral com pás e carrinho de mão.

Av. Arthur Bernardes – Obra iniciada em 2007, no governo Mocaiber e retomada no primeiro governo Rosinha. Orçada em R$ 54.274.320,76. Segundo trecho (que está sendo realizado) consiste nas construções de 2,5 km de pista dupla, chegando ao trevo da Avenida Alberto Lamego, em frente à Uenf, e de uma ponte sobre o Canal de Coqueiros. Quinta-feira passada, 34 operários com várias máquinas estavam no trecho da ponte, trabalhando na camada asfáltica.