
O estudante Daniel Rodrigues Thomazelli, 21 anos, teve o que pode se dizer um ano brilhante. No sétimo período do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF- campus Macaé), ele foi o grande vencedor do II Prêmio “Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos”, entregue este mês no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele venceu na categoria “Trabalhos Acadêmicos”, levando, dessa forma, ao Poder Legislativo e a todos os presentes no evento, o trabalho que é desenvolvido pela Prefeitura na Cidade Universitária, por meio da Fundação Educacional de Macaé (Funemac).
Daniel foi premiado com o artigo "A Limitada Efetivação da Tutela dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente e o Trabalho Infantil nas Categorias de Base dos Times de Futebol de Menor Expressão no Estado do Rio de Janeiro”.
O universitário explicou que o trabalho é o resultado de duas paixões: o futebol e o Direito. “O futebol sempre foi muito presente na minha vida, desde pequeno sempre acompanhei os jogos, acompanhava a imprensa especializada, e até o período de prestar vestibular tentei me tornar jogador profissional. Passei quatro anos disputando torneios nas categorias de base de times, conhecendo a realidade destas categorias em três estados diferentes (Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Distrito Federal), e um dos motivos que me fez não seguir adiante na carreira foram as condições oferecidas aos jogadores, e a falta de preparo profissional dos clubes”, contou.
Daniel lembrou que sempre observou a realidade e sentia que não estava correto, mas sabia que não tinha conhecimento para apontar os erros. “Desde que ingressei na faculdade sempre tive em mente estudar os direitos dos atletas das categorias de base de futebol, conhecer o “como deveria ser” e comparar com aquilo que eu vivenciei na prática e sabia como era. Portanto desde o primeiro período venho me aprofundando no ramo do Direito Desportivo para conhecer melhor os direitos destes jovens atletas. Este é um tema que eu sempre quis escrever, e pretendo continuar me aprofundando”, garantiu o estudante.
O artigo foi o primeiro estudo do universitário que já começou premiado. A orientação do trabalho foi da professora Giovanna Frisso, do curso de Direito da UFF-campus Macaé. “Uma das conclusões do trabalho são as fortes evidências de exploração de trabalho infantil por clubes do Rio de Janeiro”, afirmou o estudante que tem como objetivo a magistratura.
Trabalho vencedor foi o primeiro do autor
Daniel Thomazelli moraem Cabo Frioe, além de estudar na Cidade Universitária, é estagiário no Centro de Assistência Judiciária da UFF (Cajuff). Ele será o primeiro advogado da família. “Esta premiação me trouxe ainda mais motivação para seguir com os estudos nesta área, na qual já penso desenvolver a minha monografia, buscando expandir mais o tema. Eu sinceramente não esperava ganhar o prêmio, por ter sido o meu primeiro artigo tinha algumas expectativas de ficar entre os três primeiros, porque o trabalho era inédito. Um tema até então não explorado. Agora, ter sido o primeiro colocado em um prêmio desta magnitude foi maravilhoso, meus pais ficaram muito orgulhosos, toda a família em si: avós, tios, namorada. Foi o reconhecimento de um período de estudos em um ramo que pretendo me dedicar cada dia mais”, comentou.
Entrega — O prêmio foi entregue no auditório Antonio Carlos Amorim, com presença, além dos vencedores e seus familiares, também das famílias vítimas de violência no estado. Esta segunda edição do prêmio contou ainda com o apoio da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), do Afroreggae e do Movimento "Gabriela Sou da Paz".
Criado em 2012 pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio (Amaerj), com apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o Prêmio "Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos" homenageia a magistrada da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, assassinada em agosto de 2011, em Piratininga, Niterói.
Michelle Gomes
Foto: divulgação


