Unidade de pesquisa chega à SJB
17/08/2013 14:08

Em São João da Barra, agricultores familiares da microbacia Rio Doce São João da Barra, que participam de pesquisas de cultivo protegido em estufas e mandala adaptado, tiveram a primeira aula sobre produção do Agrobio, um fertilizante natural desenvolvido pelo Centro Estadual de Pesquisa em Agricultura Orgânica da Pesagro-Rio, localizado em Seropédica, na região Metropolitana. Esta semana, uma unidade de pesquisa participativa do Rio Rural foi instalada na localidade de Folha Larga, na propriedade do agricultor Sebastião Rangel, 45 anos, que já produz alimentos sem agrotóxicos em uma mandala instalada há 16 meses. “Quando usamos o agrobio, gostamos muito do resultado. Com esta unidade vamos poder ter acesso mais fácil e os agricultores de perto também”, disse o agricultor.

Responsável pelo Núcleo de Pesquisa Participativa do Rio Rural no Norte Fluminense, o engenheiro agrônomo José Márcio Ferreira explica que agricultores das 12 unidades de pesquisa de São João da Barra já testaram o Agrobio em suas lavouras. Sebastião foi um dos que se interessou pela produção do fertilizante. As unidades de mandala e de cultivo protegido em estufas foram instaladas em parceria com a empresa logística LLX, através do programa de responsabilidade social do grupo EBX.

Responsável pelo desenvolvimento do fertilizante natural, Maria do Carmo de Araújo Fernandes ministrou oficina sobre boas práticas para 12 agricultores familiares. Em sete semanas, os técnicos envolvidos nesse trabalho voltarão à unidade sanjoanense para concluir o processo de fabricação do defensivo. Além de finalizar o Agrobio, Maria do Carmo irá conduzir uma oficina sobre produção de caldas alternativas e extrato de fumo de rolo, usados como alternativa para substituir os agrotóxicos. “Desde 2008, o Brasil é o campeão no mundo no uso de defensivos químicos na lavoura. É uma posição vergonhosa para o país. Iniciativas como esta, com agricultores interessados em mudar o cultivo, devem ser valorizadas”, disse a pesquisadora.

Segundo o coordenador geral do Núcleo de Pesquisa Participativa, Luiz Antônio de Oliveira, as unidades de produção do Agrobio estão sendo instaladas simultaneamente em várias regiões do Estado. “Estamos divulgando os defensivos alternativos junto aos agricultores familiares das microbacias trabalhadas pelo Rio Rural. Uma outra unidade já foi instalada em Teresópolis. Além de ensinar a produzir, vamos acompanhar os resultados”, orientou.
O Agrobio é um produto obtido através da fermentação de esterco de vaca, leite, melaço, urina de vaca e sais minerais. (A.N.) (C.T.)

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