Tranquilidade só não basta em Mundéus
20/05/2013 07:05

A tranquilidade é a maior característica do distrito de Mundéus, em Campos. Porém, apesar do lugarejo se apresentar calmo, muitos são os problemas, segundos os moradores. O distrito não conta com Unidade Básica de Saúde (USB), creche escola, escola com ensino médio e, além disso, não tem área de lazer. A estrada de acesso ao distrito também está em péssimas condições, com diversos buracos por toda sua extensão.
Segundo os moradores eles vivem a própria sorte e se sentem desprivilegiados pela prefeitura.
— O sentimento é que somos esquecidos aqui em Mundéus, é um distrito distante e bem pequeno, parece que o poder público nem lembra que existimos. Não temos posto médico, um serviço que é mais que fundamental para qualquer pessoa. Já estamos longe, se alguém passar mal, por exemplo, a situação fica complicada, pois até chegar ao hospital, é muito tempo. De todas as carências do nosso distrito, esta é a mais grave, pois com saúde não se brinca — relatou o aposentado Milton Moreira de Souza, 71 anos.
Ainda segundo a população, os problemas de Mundéus começam desde a estrada principal, conhecida como estrada de Brejo Grande até o final do distrito.
“Essa estrada está um perigo, cheia de buracos. Passar de carro aqui a noite é uma aventura e tanto. Quem não conhece a estrada eu aconselho a não se arriscar porque já vi muito motorista ficar com o carro quebrado pelo caminho”, contou Ronaldo Moreira, 47 anos, pescador.
Ainda de acordo com a população a maior decepção deles é por conta do esquecimento. A população diz que as promessas durante as campanhas eleitorais são muitas, mas jamais são cumpridas. “Se cumprissem todas as promessas que nos fazem, nós estaríamos morando em um paraíso”, ironizou Ronaldo.
Sobre a estrada a secretaria municipal de Obras e Urbanismo informou que a Superintendência de Infraestrutura estará averiguando as condições da estrada de acesso ao distrito, para, posteriormente, tomar as devidas providências.
Ainda informou que está em andamento o processo para a construção de uma Unidade Básica de Saúde no Jardim Aeroporto que fica próximo ao distrito de Mundéus. Até a conclusão das obras, os moradores devem se dirigir às UBS do Parque Santos Dumont ou a de Lagoa das Pedras.

Área para lazer  faz falta no distrito

A falta de um local para o lazer no distrito também desagrada a população. Sem área de lazer a diversão dos jovens de Mundéus é pescar e jogar bola nos campinhos improvisados. As crianças menores se divertem nas calçadas ou nos quintais das casas.
— A prefeitura faz tanta obra na cidade, mas esquece da gente. Ter um espaço para o  lazer das crianças e também dos idosos seria uma beleza. Tenho netos e adoraria ter onde leva-los para brincar — disse a aposentada Mercedes Cunha, 68 anos.
No local que era para ser construído a praça existe apenas uma igreja, dois banheiros e um banco.
Segundo os moradores os jovens ainda se divertem jogando bola, porém as crianças são as maiores prejudicadas. Ainda de acordo com um morador há anos a prefeitura promete um pacote de obras para o distrito.
Resposta — Em nota a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo informou que está fazendo um levantamento para verificar se existe área disponível no distrito de  Mundéus, para a construção de uma área de lazer.

População pede creche e Ensino Médio

Sem creche em Mundéus, muitas mães estão sendo obrigadas a parar de trabalhar para cuidar dos seus filhos. “Meu marido preferiu que eu largasse o emprego. Sem creche próxima, eu tinha que sair de casa quase de madrugada com a minha filha no colo, deixar ela na creche e seguir para o trabalho, era muito cansativo, tanto para mim quanto para minha filha que só estava com 1 ano e 4 meses”, contou Fátima da Silva, 25 anos.
Além da falta de uma creche o distrito também não tem uma escola que atenda até as crianças do Ensino Médio, e os jovens que querem estudar precisam perder horas para se deslocar até o centro de Campos. “Quem quer estudar tem que está pronto para madrugar. Uma escola descente aqui em Mundéus ia fazer com que muitos mais jovens estudassem. Alguns param de estudar pelo sacrifício diário” contou o estudante João Vitor, 18 anos.
Até o fechamento da edição a secretaria municipal de Educação não respondeu sobre as creches. Assim como, a Coordenadoria Estadual de Educação não respondeu sobre Ensino Médio.

Paolla Martinez

Foto: Rodrigo Silveira

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