
Quem mora em Morro do Coco, 12º distrito de Campos, diz que uma das características do lugar é a tranquilidade. Em sua história, o lugarejo carrega o marco de ter sido berço do ex-presidente da República, Nilo Peçanha, que governou até novembro de 1910. No entanto, as glórias do passado contrastam com as carências que os moradores enfrenta nos dias atuais.
Em fevereiro, a equipe da Folha esteve no distrito e as principais queixas da população eram a falta de uma área de lazer e o atendimento precário na Unidade Básica de Saúde (UBS). Na ocasião, eles pediram o aumento do número de médicos e mais agilidade na marcação de exames e consultas. Em alguns casos, os moradores se vêem obrigados a se deslocar até Campos, 48 km de distância, para conseguir atendimento médico.
A aposentada Gilda Menezes, 40 anos, disse que o problema continua. Ela reclamou não só da falta de médicos, como ortopedistas, mas de medicamentos. “Meu tratamento de coluna é feito em Campos. Além disso, preciso tomar diariamente o Rivotril e o Domatril, porque sofro de problema de nervo, mas sempre que vou ao pos-to pegar os remédios, eles dizem que não têm. Meu tratamento de coluna poderia ser feito aqui, mas nunca tem ortopedista e sou obrigada a pegar um ônibus e enfrentar quase uma hora de viagem para consultar — disse Gilda.

A secretaria de Comunicação da Prefeitura informou que a UBS 24h de Morro do Coco funciona com equipe médica regular de uma UBS (clínicos, pediatras e ginecologistas) e também médico de emergência por plantão. A diretora da Gestão de UBS, Aline Gonçalves, lembrou que a Prefeitura está promovendo concurso na área de Saúde para cobrir a ca-rência de médicos, principalmente em certas especialidades, carência esta que está sendo verificada em todo o país.
Quanto à falta de alguns ti-pos de medicamentos, a direto-ra do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), Bruna Araújo, informou que a secretaria de Saúde está regularizando, ainda esta semana, os estoques de remédios de todas as farmácias das UBSs de Campos, dando prioridade às que funcionam com atendimento emergencial, em regime de 24 horas, como a do distrito de Morro de Coco.
População reclama de varrição das ruas
O esgoto e a falta de limpeza das ruas foram outras reclamações feitas pela população. Segundo o comerciante Hugo Lubanco, 31 anos, os moradores têm a informação que existem apenas dois garis para limpar as 44 ruas do distrito, o que seria insuficiente para atender à demanda. Ele disse que no prolongamento da rua Nilo Peçanha é normal uma terra descer pelo morro e, em di-as de chuva, ela se transformar em barro e em dias de sol, em poeira.
Outro problema foi o esgoto. Segundo Hugo, o encanamento seria muito fino e, por isso, estaria ocorrendo transbordamento e mau cheiro.
Sobre a área de lazer, a secretaria de Obras disse que vai levantar as necessidades do distrito. Em relação à limpeza, o secretário de Serviços Públicos, Zacarias Albuquerque, afirmou que a informação de que não haveria varredores nas ruas não procede. “Há varredores diariamente na rua Nilo Peçanha, que é o eixo comercial de Morro do Coco”. Sobre o esgoto, a assessoria da Águas do Paraíba informou que vai verificar a denúncia e, caso seja verdadeira, irá solucionar o problema em breve.
Praça continua entre as reivindicações
Outro problema que também não foi solucionado, segundo os moradores, refere-se à contrução de uma área de lazer. Segundo o funcionário público, Carlos Eduardo Gomes de Souza, 50 anos, o distrito não tem sequer uma praça ou quadra. A construção de mais banheiros públicos também foi lembrada pelo morador.
Segundo ele, na rua Nilo Peçanha havia dois banheiros — masculino e feminino — mas apenas um deles estaria funcionando, mesmo assim, com problemas na descarga.
— Se alguém precisar utilizar o banheiro aqui terá que pedir favor em um bar. Embora limpos, as condições do banheiro são bem precárias — disse Carlos Eduardo.
Sobre o banheiro público, o secretário municipal de Obras e Urbanismo, Edilson Peixoto, afirmou que vai mandar um técnico ao distrito para levantar o que precisa ser feito. Ele lembrou que a secretaria recuperou, recentemente, várias ruas do distrito.
Quanto à falta de uma área de lazer, Edilson Peixoto, informou que levantar as necessidades.
Variado — Se por um la-do, os moradores reclamam da falta de praça, por outro, eles dizem que o comércio é diversificado, com agência bancária e dos Correios. O distrito conta também com escola, creche e um Núcleo da Terceira Idade.

