Campistas expõem ambiente artístico em Vitória
Jhonattan Reis 07/09/2018 15:47 - Atualizado em 11/09/2018 14:45
Os arquitetos campistas Ingrid Neres, João Carlos Andrade e Wallace Souza, do Studio 3 Arquitetura, e os designers Bruno Wyatt e Edinho Black, também de Campos, expõem espaço voltado às artes na mostra “Morar Mais Por Menos”, em Vitória, no Espírito Santo. Eles montaram um ambiente chamado “Sala de Música”, com o objetivo de homenagear a música do Nordeste brasileiro. O público poderá conferir a exposição até o próximo dia 30. As entradas custam R$ 50 (inteira) R$ 25 (inteira). Neste fim de semana, em celebração ao aniversário de Vitória, comemorado na sexta (8), os ingressos custarão R$ 15.
De acordo com Ingrid Neres, o espaço, de 30 m², visa uma imersão à cultura musical do Nordeste através dos sentidos e é composto por dois ambientes. No primeiro deles, intitulado “Hall do Artista”, os arquitetos homenageiam figuras da Música Popular Brasileira (MPB) e trazem dois quadros pintados por Pietro Tostes, uma criança de sete anos em estado de autismo.
— O Pietro pintou os quadros ouvindo música nordestina, com toda a sua sensibilidade. Então, é a interpretação dele do significado da música — disse Neres, que explicou que o “Hall do Artista” ainda conta com luminárias e móveis desenhados por ela e os outros dois arquitetos.
O outro ambiente é a “Nave Principal”. Nele, “tanto a essência quanto a conexão entre as paredes e elementos que foram elaborados e executados pelos arquitetos reforçam o conceito de sustentabilidade e brasilidade”.
— Isso com todo um charme e alegria, invocando filosofia e demonstrando design e customização. A gente mostra que é possível colocar a mão na massa para criar espaços com carinho e tudo bem feito — falou Neres.
Ela também explicou que há, no espaço da mostra — localizado na avenida Dante Michelini, 4.585, no Jardim Camburi —, peças trabalhadas com uma tradicional técnica utilizada nas residências nordestinas, chamada de “pau a pique” ou “taipa de mão”. A técnica foi executada pelos próprios arquitetos campistas, de maneira tradicional: com barro socado e trama de bambu.
Ainda na mostra, há um palco em formato de “piano de calda”, que foi feito com madeiras de paletes e termina cercado por um “rio” de gel, fazendo menção ao rio São Francisco.
— Esta união entre parede, palco e rio foi fruto de um estudo entre a aridez do Nordeste e a riqueza do rio São Francisco, fonte de sustento de muitas famílias. O palco traz à lembrança importantes nomes da nossa música, através dos instrumentos musicais. Já no teto, há galhos de goiabeira que parecem flutuar, remetendo à escassez e às dificuldades que a população nordestina enfrenta.
Outro destaque do ambiente é um painel desenhado e executado pelos arquitetos. O material é formado por 30 placas, com cerca de seis mil tocos de sobras de madeira que seriam descartados, colados um a um. Ingrid Neres explicou que as nuances dos diferentes tons de madeira formam a bandeira do Brasil.
— A gente fechou parceria com uma marcenaria. Eles guardavam os tocos que não iriam usar para nos entregar. Com isso, fizemos o painel, que é uma das peças que mais chamam atenção no espaço. As pessoas ficam muito curiosas e tiram fotos dele. Tudo foi executado por nós, com apoio do mestre de obras Antônio Carlos.
O carpinteiro Edinho Black é autor de quatro móveis presentes no espaço da mostra. Foram duas cadeiras, um banco, uma luminária e um porta-retratos.
“Morar Mais Por Menos” — Ingrid Neres explicou que “Morar Mais Por Menos” é uma feira que visa expor ambientes decorados de forma aconchegante e sofisticada, por meio de ideias criativas e inovadoras, mas com pequenos gastos. “A mostra, voltada à arquitetura e decoração, visa a sustentabilidade e a brasilidade, e acontece em todas as capitais brasileiras. O lugar onde acontece a mostra é um casarão que conta com 36 ambientes feitos por arquitetos, designers e artistas plásticos”, disse.

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