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Protesto de comerciantes em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)
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Protesto de comerciantes em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)
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Protesto de comerciantes em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)
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Protesto de comerciantes em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)
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Protesto de comerciantes em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)
Um grupo de comerciantes fez uma manifestação em Campos, na manhã desta terça-feira (19), contra o novo decreto estabelecido pela Prefeitura para conter o avanço da Covid-19, que fecha temporariamente as atividades comerciais não essenciais. O decreto passou a valer nesta terça e, inicialmente, segue até o dia 25 de janeiro. O protesto aconteceu na BR 101, na altura da trevo da entrada da cidade próximo à rodoviária Shopping Estrada, onde parte da rodovia chegou a ser bloqueada com fogo em pneus. Posteriormente, o grupo seguiu para frente da sede da Prefeitura de Campos.
Os manifestantes alegam que precisam trabalhar e que não foi o setor comercial que contribuiu para o aumento dos casos da Covid-19 em Campos, pois todos os estabelecimentos seguiram os protocolos sanitários preconizados pelas autoridades em Saúde. Os comerciantes ressaltam que uma semana sem funcionar acarreta em prejuízos e até demissões de funcionários.
O vice-prefeito Frederico Paes, o presidente da Câmara Municipal, vereador Fábio Ribeiro, e autoridades da área da Saúde receberam uma comissão de representantes do setor produtivo na sede da Prefeitura. De acordo com o governo municipal, o subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde, Charbel Kury, e a chefe da Vigilância Sanitária, Vera Cardoso de Melo, apresentaram aos comerciantes dados científicos que justificam a necessidade de medidas duras para frear o crescimento do número de mortes e de pessoas afetadas pela Covid-19, pondo em risco a capacidade de ocupação de leitos de UTI no município.
Ao final da reunião, Frederico Paes recebeu propostas e vai apresentá-las ao prefeito Wladimir Garotinho. “Nova reunião será feita na sexta-feira (22) com o resultado das observações do corpo técnico da secretaria de Saúde em relação à Covid-19. Conforme a redução dos casos de contaminação, poderemos reavaliar a fase laranja. É o tempo também para a abertura dos novos leitos de UTI. O que a ciência determinar é o que vamos fazer”, ponderou Frederico Paes.
O diretor de Relacionamento Institucional da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, Alfredo Dieguez, reconheceu a gravidade do momento e disse ser importante uma ampla mobilização para a conscientização da população.
— Estamos no mesmo barco e não apenas o comércio deve ser penalizado, porque todos precisamos remar juntos com o governo no mesmo sentido. É preciso fazer uma campanha em massa, de impacto, para que a população veja a realidade da Covid-19 nos hospitais e pare de fazer aglomerações. Sugiro que participem da campanha dos dirigentes dos hospitais públicos — afirmou Alfredo Dieguez.
Na noite dessa segunda-feira, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) emitiu uma nota pedindo que a Prefeitura reveja a decisão de fechar o comércio. "Destacamos que o comércio foi exemplar na pandemia ainda em curso, observando todos os parâmetros de segurança determinados pelas autoridades sanitárias, estabelecendo um ambiente de segurança para o consumidor e funcionários, não sendo dessa forma um vetor do vírus da Covid-19. O relato feito às entidades representativas de classe pela secretaria de Saúde do Município é realmente preocupante, porém, concluímos que é preciso observar a situação como um todo, exigindo de outros segmentos, a mesmo rigidez como faz com o comércio, procedimentos padrões de segurança que não são observados em um quadro geral. Esperamos que a Prefeitura de Campos reveja o quanto antes pontos diversos deste decreto, permitindo a reabertura do comércio que como já colocamos não é, com certeza, via de contágio do vírus", informou a CDL.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic) também se preocupou com o retorno da fase laranja. "Infelizmente chegamos numa situação crítica de contaminação da covid-19, com o alto índice de internações e óbitos. Mas isto já era previsto, fruto das aglomerações na campanha eleitoral e festas de final de ano que contribuíram para este caos. As pessoas ainda precisam entender da necessidade do uso da máscara, álcool gel e distanciamento, enquanto não houver esta consciência os índices continuaram alto. Então a Prefeitura decidiu aplicar uma medida mais enérgica para conter este avanço. Os empresários que estão cumprindo com os protocolos não devem ser 'punidos' por aqueles que não o cumprem. Reflete no fechamento do estabelecimento, desempregando e não pagando os impostos, acarretando um custo maior ao Poder Público” ,desabafou Leonardo Castro.