Câmara de SJB impõe derrota a Carla e elege Alan de Grussaí para presidente
23/03/2022 18:02 - Atualizado em 04/07/2022 17:45
A Câmara de São João da Barra será presidida por Alan de Grussaí (Cidadania) no próximo biênio (2023/2024). Por 5 votos a 4 (que foram para Julinho Peixoto, PL), ele foi o escolhido pela maioria dos vereadores nesta quarta-feira (23), contrariando o acordo que a base, maioria na Casa, tinha feito com a prefeita Carla Machado (PP) em dezembro de 2020 (aqui). Pelo combinado, após os dois anos de Elísio Rodrigues (PL) à frente do Legislativo, já que ele foi o mais votado a vereador no grupo, assumiria o Legislativo Chico da Quixaba (PP), atual líder do Governo. Mas a conjuntura mudou e os vereadores resolveram não cumprir o acordo, impondo uma derrota, do ponto de vista estratégico, à prefeita. Com a flexibilização das restrições de enfrentamento à Covid, o dia foi de Casa cheia.
Mesa Na composição da Mesa paro o próximo biênio, além de Alan para presidente, o vice escolhido foi o vereador Kaká (Podemos), também com 5 votos (Junior Monteiro, do Cidadania, recebeu três votos e um foi em branco). Como 1º secretário, o escolhido por 5 votos foi o vereador Elísio, sendo os demais quatro votos em branco. Após os vereadores da base deixarem a sessão, orientados pelo líder do governo, Franquis Areas (PSC) foi eleito segundo secretário,com 4 dos 5 votos possíveis no momento (o outro voto foi em Elísio). Além dos quatro que vão integrar a Mesa, o grupo que impôs a derrota à prefeita de SJB contou com o apoio de Analiel Vianna (Cidadania). 
Houve a tentativa, por parte de vereadores mais alinhados com a prefeita, de adiar a eleição da Mesa. A vereadora Sônia Pereira (PP) alegou que a convocação para a sessão não teria cumprido o rito previsto no regimento e solicitou a reprovação da ata da sessão anterior. A ata foi aprovada por 5 a 4. Na sequência, Chico pediu a palavra e falou da traição da base, descumprindo o acordo entre os vereadores com Carla: "Maldito o homem que confia no outro homem. Isso está na Bíblia", disse.
Chico chegou a falar que abriria mão de ser candidato, caso o escolhido pela base fosse o terceiro colocado entre os eleitos da base, Julinho Peixoto (PL). Ele ainda lembrou que votou no atual presidente, Elísio, mas que estava vendo o acordo a ser rompido. Chico ainda disse que durante a atual legislatura, chegou a ter apoio declarado até dos vereadores de oposição. "Será que a palavra do homem não vale nada?", questionou.
Para Chico, a articulação política visa, somente, a eleição de 2024. Segundo o vereador, ele chegou a ser convidado para compor uma possível chapa como vice, mas que não teria aceitado o acordo. "É traição a Carla Machado, traição ao povo do município", afirmou. Chico, líder do governo, ainda encaminhou o voto em Julinho.
Antes do fim da votação, Chico orientou a bancada governista a se retirar da sessão, chamando a eleição de "traição" e uma "farsa". Ele ainda falou em "ganância" e disse esperar que os vereadores não atrapalhem o município. A sessão também foi marcada por diversas manifestações de quem estava presente acompanhando a reunião.
No fim de 2020, pouco após o acordo para a composição da Mesa nos dois biênios, o Legislativo sanjoanense aprovou uma emenda à Lei Orgânica do município, que impede a reeleição de qualquer dos membros da Mesa, para o mesmo cargo, dentro da mesma legislatura. A alteração não permitiria uma tentativa de reeleição de Elísio, dentro da conjuntura desenhada no acordo. À época, a justificativa foi a adequação das regras do município à Constituição Federal e ao julgamento da ADI nº 6524, no Supremo Tribunal Federal (STF), no que trata da reeleição da Mesa Diretora do Legislativo.
Na Câmara de São João da Barra, ao contrário de Campos, por exemplo, a votação para a Mesa Diretora é secreta. 

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    Arnaldo Neto

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