Postos ficam cheios e Procon-RJ fiscaliza redução de preço dos combustíveis
Ícaro Barbosa 04/07/2022 15:31 - Atualizado em 04/07/2022 15:50
A segunda-feira (4) começou movimentada nos postos de combustíveis de Campos: clientes buscavam gasolina, gás natural e etanol com o preço mais baixo, após a redução do ICMS para 18%, sancionada pelo governador Cláudio Castro. Os agentes do Procon-RJ foram às ruas para impor a redução dos preços e fiscalizar qualquer indício de adulteração nas bombas. Entre os donos de postos, o sentimento de insatisfação com a medida e com a imposição da redução do preço abrupta é geral.
A equipe da Folha percorreu seis postos da cidade pela manhã, dois deles ainda não haviam reajustado os preços de acordo com a redução e ofereciam gasolina acima dos R$7,40. Os que haviam ajustado oferecia gasolina em torno de R$6.90, o GNV por volta dos R$5,45 e o etanol por R$5,49.
Os agentes do Procon estadual – acompanhados por homens do Segurança Presente e da Polícia Ambiental – vistoriavam os postos. Eles checavam os livros dos postos e as notas fiscais das últimas semanas para garantir que não houvesse tido nenhuma cobrança de preço abusivo antes da redução desta segunda-feira. Em alguns postos, eles também verificavam possíveis indícios de adulteração nos combustíveis.
O taxista Carlos Henrique Silveira abastecia o cilindro de gás do seu veículo em um dos postos, ele pagava mais barato e gostou da queda, mas tem suas dúvidas se vai se manter durante muito tempo: “Eu acho que essa queda não vai se sustentar muito tempo, mas é uma coisa boa para a gente que tem o carro como ferramenta de trabalho e é diretamente impactado por qualquer mudança no preço”.
Já Maxuel Azeredo, motorista de aplicativo, diz ter levado um (bom) susto ao chegar no posto essa manhã: “Confesso que não sabia que o gás havia abaixado também, para mim era só gasolina... De qualquer forma, é bom e ajuda a gente que trabalha com Uber e gasta muito combustível. Mas bom seria se abaixasse mais um pouco, ajudaria mais”.
Infelizmente, para quem trabalha com o transporte público e depende do diesel – que não teve redução –, como José Carlos Mendonça, motorista de van, a realidade continua difícil: “Eu queria que abaixasse, porque está muito difícil pagar R$ 220 todo dia para conseguir trabalhar. Não está dando para fechar a conta”.
Para os donos de postos, a situação é complicada. Muitos deles não desejaram falar com a imprensa sobre a diminuição de preços e as exigências do Procon, mas um deles, que prefere não se identificar, concluiu:
– Não estamos nem mais nos preocupando em recuperar margem de lucro, mas essa conta que o governo está nos impondo não fecha. E por isso não temos como abaixar tanto quanto queremos. Estamos passando para o consumidor o que a companhia que nos vende a gasolina cobra. Agora, a fiscalização do Procon quer que abaixe 14 do meu preço de sexta-feira, sendo que já havíamos abaixado com a redução PIS e Confins. Isso que querem que façamos aqui é impossível. Já tomei uma multa do Procon e acredito que vai ser apenas a primeira do dia. Sinceramente, penso que isso é coisa de época de eleição, querem jogar para a galera e colocar na nossa conta.
Imagens: Genilson Pessanha

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