Presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo fala sobre greve no Folha no Ar
Ícaro Barbosa 09/08/2019 10:06 - Atualizado em 13/08/2019 13:39
José Roberto Crespo no Folha no Ar
José Roberto Crespo no Folha no Ar / Isaías Fernandes
A primeira edição desta sexta-feira (9) do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, recebeu o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, que falou sobre a greve da categoria, iniciada na última quarta-feira (7). Ele explicou os fatores que levaram à paralisação e analisou os problemas, que, segundo o médico, “não vêm de hoje”. José Roberto declarou também que a greve não se trata de uma retaliação ao cancelamento da gratificação ou ao início do ponto biométrico, mas sim de um “jogo dos trabalhadores contra o patrão.”
Segundo o presidente do sindicato, a possibilidade da greve vem desde uma assembleia do Simec, em junho, na qual foi iniciado um diálogo com a secretária de Saúde do município, em particular com o Abdu Neme. Ele contou que, no dia 1 de agosto, quando estava marcada a reunião com o secretário, foi divulgado, no site da Prefeitura, o cancelamento da gratificação dos profissionais de emergência. Logo teve início a greve, sobre a qual a categoria conversava há dois meses. O médico se posicionou em relação à questão do ponto biométrico:
— O ponto, para nós, não é problema. Somos contra o método de fazer em vários horários. Sou a favor de fazer apenas na entrada e saída, mas questão do plantão é inerente à profissão em sua origem.
José Roberto ressaltou que os hospitais municipais se encontram em “condições de guerra” devido, de acordo com ele, à insalubridade, falta de plantonistas e material, que proporcionam cenas como as que viralizaram nas redes sociais, “com duas fileiras de maca nos corredores e até crianças com fratura exposta”, recordou. Quanto à questão salarial, ele afirmou que há insatisfação principalmente nas novas gerações.
A situação, segundo José Roberto Crespo, se agravou na gestão do prefeito Rafael Diniz, mas isto seria consequência de “25 anos de gestões irresponsáveis e desperdício de royalties em programas e estruturas que não deixaram residual no município”. Ele ressaltou, também, a sobrecarga em cima do Hospital Ferreira Machado, que fornece atendimento emergencial e tratamento cardíaco, renal e oncológico para três municípios além de Campos: São Francisco do Itabapoana, São João da Barra e São Fidélis.
José Roberto pontuou a necessidade de existir uma coligação entre os hospitais municipais, encabeçada pelo secretário de Saúde, responsável por realizar um bom direcionamento que, segundo ele, “vem se deteriorando ao longo da gestão”.
— O diálogo com a Prefeitura está ocorrendo. Estamos buscando uma solução o mais rápido possível. A greve é dos médicos, mas enfermeiros, assistentes, psicólogos e a população acabam sofrendo as consequências. Só que, muitas vezes, não podemos nem ajudar. Nosso objetivo é uma saúde digna para todos — assegurou.
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