De tempo em tempo venho escrevendo um pouco sobre de onde vim e vivi. De uma infância com muita simplicidade, num interior em que até hoje o tempo não fez tanta diferença.
Quando relembro, nesse voltar da memória fica mais evidente o privilégio de ter tido uma convivência familiar intensa. No entanto, as coisas mudam. As pessoas e os fatos.
E, nesse mudar, passamos eu e minha mãe mais de 35 anos sem voltar à casa da minha infância.
Casa essa que meu pai foi adquirindo dos irmãos com o intuito de preservar a memória dos meus avós. Por cansaço e o avançar da idade, ano passado ele a doou para mim e minha irmã Mirza.
Morando longe e, por não conseguir levar a contento o objetivo, cedi minha parte para a minha irmã que, reside à uma hora e pouco da cidade onde fica a casa, continuasse o intuito.
Acertadamente, o que não foi surpresa, pelo nato poder de empreendedora dela. Consertou e reformou com um capricho logo constatado em meu retorno depois de tanto tempo.
Que emoção ... não só minha como da minha mãe, irmão e cunhada que nos acompanhou.
Escrevo sobre isso para chamar a atenção de como devemos preservar aquilo que fez, e faz parte da nossa memória afetiva. De um tempo, que se não volta mais, pode sim continuar vivo em nós.
