Bolsonaro quer baixar o tom da campanha
08/09/2018 18:23 - Atualizado em 10/09/2018 13:44
O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) mantém-se consciente, em boas condições clínicas e ontem foi movimentado do leito para a poltrona (pôde sentar pela primeira vez), de acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no qual está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde sexta-feira. Bolsonaro foi esfaqueado na tarde de quinta, durante uma atividade de campanha em Juiz de Fora. Seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou, em entrevista à GloboNews na sexta, que o objetivo da equipe de campanha e o pedido do próprio presidenciável é para que os militantes moderem o tom. Contudo, na primeira foto divulgada pelo filho Flávio Bolsonaro (PSL), deputado estadual, nas redes sociais, após a entrevista de Mourão, o presidenciável voltou a posar fazendo sinal de arma. Ainda ontem, Adelio Bispo de Oliveira, que confessou à polícia ser o autor do atentado, foi transferido para o presídio federal de Campo Grande, por determinação da Justiça Federal.
Segundo o boletim do Albert Einstein, em 24 horas, não houve intercorrência e os exames de imagem e laboratoriais realizados durante avaliação médica mostraram resultados estáveis. “Encontra-se em boas condições cardiovascular e pulmonar, sem febre ou outros sinais de infecção. Mantém jejum oral, recebendo nutrientes por via venosa”, diz a nota.
O hospital continuará o tratamento clínico, considerado em boa evolução. Segundo o Albert Einstein, não há necessidade de novos procedimentos.
As visitas ao candidato permanecem restritas por ordem médica. Desde sexta, somente esposa e filhos podem entrar na UTI. Pelo Twitter, Flávio Bolsonaro informou que o pai começou a fazer fisioterapia ontem. “Meu pai segue evoluindo e começou agora a fisioterapia. Muito obrigado a todos pela força e pelas orações!”, escreveu. Ele também divulgou uma foto do pai ao lado da maca e já sentado em uma poltrona, fazendo sinal de arma.
Baixar o tom — Segundo Mourão, confrontos nesse momento não vão ajudar ninguém e seria péssimo para o país. O general ainda afirmou que vídeos estão sendo produzidos e disseminados entre simpatizantes de Bolsonaro pelos estados para que a mensagem de redução das tensões seja propagada. “Hoje (sexta) às 19h, Bolsonaro me ligou e disse que vamos moderar o tom, me pediu para não exacerbar essa questão que está ocorrendo. Nós vamos governar para todo o Brasil. Sem união a gente não chega a lugar nenhum, ter confronto nesse momento não vai ajudar a ninguém e é péssimo para o país”, disse Mourão à GloboNews.
O vice de Bolsonaro admitiu que, num primeiro momento, ele e outros membros da campanha exageraram nas declarações. Logo após o ataque, ainda na quinta-feira, o general afirmou que o PT seria o culpado pelo atentado e disse a frase “se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”. (A.N.)

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