Bolsonaro é transferido para São Paulo
07/09/2018 18:40 - Atualizado em 10/09/2018 13:42
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, foi transferido, na manhã dessa sexta-feira, para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), onde passou por uma cirurgia após ser esfaqueado nessa quinta-feira. A junta médica que prestou atendimento a Bolsonaro e a família do deputado federal decidiram pela transferência. O quadro do político, no momento da transferência, era considerado “extremamente estável”, “consciente e em boas condições clínicas”. Na manhã deste sábado (8), a equipe médica do Albert Einstein divulgou que Bolsonaro ainda se mantém em “consciente e em boas condições clínicas” e não tem sinais de infecção.
Em vídeo gravado na UTI do hospital mineiro, Jair Bolsonaro fala que “até o momento, Deus quis assim”. Já o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta que o efetivo da Polícia Federal que faz a segurança dos candidatos à Presidência da República será ampliado em até 60%. Na região, políticos e lideranças religiosas repudiaram o atendado ao candidato e prestaram solidariedade.
Nessa sexta, em Juiz de Fora, uma ambulância, escoltada por carros de polícia, saiu por volta das 8h30 da Santa Casa em direção ao Aeroporto de Serrinha. Após chegar a São Paulo, ele foi transportado em um helicóptero até o Palácio dos Bandeirantes e, em seguida, de ambulância, ao Albert Einstein, onde permanece na UTI. Na frente da unidade hospitalar, apoiadores inflaram um boneco com a caricatura do candidato. Bolsonaro é exibido com uma faixa presidencial.
O corpo médico do hospital paulista afirmou que a transferência foi bem sucedida. A partir de agora, o estado de saúde de Bolsonaro será monitorado para evitar dois grandes riscos para a saúde do candidato: pneumonia, porque o deputado permaneceu, por muito tempo, em estado de choque e perdeu cerca de 2,5 litros de sangue (cerca de 40% do volume sanguíneo de um ser humano médio), e infecção, que pode ser causada pelo vazamento de massa fecal na cavidade abdominal.
Em um vídeo gravado no hospital mineiro e divulgado pelo senador Magno Malta (PR), Jair Bolsonaro diz que se preparava para enfrentar riscos durante a campanha. “Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né? Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém”, declarou o deputado federal.
Bolsonaro também publicou duas mensagens em sua conta do Twitter na tarde desta sexta. Ele disse que está bem e agradeceu a Deus, sua família e os médicos que acompanham seu caso:
O candidato pode ficar até 10 dias internado e deverá permanecer em repouso por mais 20 dias. Ainda não há confirmação se ele voltará para a campanha no primeiro turno. Os filhos de Bolsonaro e o vice, general Hamilton Mourão (PRTB), devem assumir os compromissos de campanha.
Carregado nos ombros por simpatizantes, Bolsonaro participava de uma caminhada na quinta quando foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira, que foi preso em flagrante. O ministro Raul Jungmann disse que a investigação aponta para um ato isolado, de “lobo solitário”, mas não descarta o envolvimento de pelo menos outras duas pessoas. Um dos suspeitos chegou a ser preso e interrogado, mas já foi liberado. O outro estaria hospitalizado e ainda não foi ouvido. A identidade de ambos não foi revelada.
Luiz Fernando Pezão, governador
“Manifesto solidariedade ao deputado Jair Bolsonaro e desejo sua pronta recuperação. O ato representa um ataque à democracia, inaceitável. Repudio qualquer violência, ódio e intolerância contra os cidadãos”.
Rafael Diniz, prefeito
“O atentado contra o deputado Jair Bolsonaro é uma agressão a todos os que defendem a democracia e a liberdade de expressão. Me entristece o fato de algumas pessoas ainda recorrerem à violência para fazerem valer seu ponto de vista.
Marcão Gomes, presidente da Câmara de Campos
“As pessoas estão sem freios éticos e morais e isso ocasiona o desrespeito à vida e uma violência desenfreada. Uma lástima e absurdo este atentado contra uma vida humana, independente da opção política”.
Fred Machado, vereador e líder do governo
“Um ato de violência, independente de ideologia política, é lamentável. Não é para isso que o Brasil lutou tanto pela democracia. O debate político e o Estado Democrático de Direito não podem ser atingidos por atos como este”.
Paulo Feijó, deputado federal
“É lamentável que essa democracia que tanto é ansiada aí, por todos, sofra, a uma altura dessas, esse tipo de golpe. Na verdade é um golpe físico, na pessoa do Bolsonaro, mas também é o golpe na democracia do país”.
Bruno Dauaire, deputado estadual
“Repudio o atentado sofrido pelo candidato Jair Bolssonaro. É inadmissível que a violência e a intolerância ocupem o lugar do debate político. Este é um atentado à democracia e que sirva de alerta e reflexão a todos os candidatos”.
João Peixoto, deputado estadual
“É inaceitável o que aconteceu com Jair Bolsonaro. A eleição deve ser espaço de debate de alternativas para o nosso estado e país, não de ódio e violência. Esperamos uma investigação precisa e punição exemplar aos responsáveis”.
Geraldo Pudim, deputado estadual
“Não é possível mais convivermos com esta violência que está tomando conta do Brasil. Ainda mais quando se trata de um candidato à Presidência, que está sob a fiscalização, o acompanhamento e a proteção do Estado”.
Álvaro Oliveira, vereador de oposição
“A violência é inaceitável em qualquer circunstância. Na política, ela expressa a intolerância e representa um ataque à democracia, que se constrói com a pacífica convivência de opiniões contrárias e pelo diálogo”.
Gil Vianna, PSL
“Infelizmente, é isso que o Brasil está vivendo hoje. Esses ‘esquerdopatas’ querendo destruir o Brasil. E nós, do PSL, nós, a maioria dos brasileiros, querendo transformar de vez o nosso Brasil num país do bem. Infelizmente, isso nos deixa muito preocupados”.
Dom Roberto Ferrería Paz
“Já nos pronunciamos, com apreensão, sobre a intolerância e a radicalização. A violência na política começou com o assassinato da vereadora Marielle Franco. A Igreja repudia esse atentado do ponto de vista político e do ponto de vista cristão”.
Pastor Eber Silva
“Qualquer tipo de violência é intolerável, mas este ato foi uma facada no coração da República. Uma facada no Estado Democrático de Direito. Independente de quem seja. o povo brasileiro não merece uma coisa dessas. A quem interessa esta anarquia?”
(P.V.) (S.M.) (A.N.)

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