Pelo calendário divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir desta sexta-feira (20) estão autorizadas as convenções partidárias. E no Rio de Janeiro, com cenário ainda indefinido na corrida ao Guanabara, parece que foi o suficiente para esquentar as articulações. Pré-candidato, o ex-governador Antonhy Garotinho (PRP) apareceu nessa quinta-feira (19) em dois jornais da capital fluminense com possíveis alianças. Em um, é aventado o acordo com o PT. Outro fala de uma reaproximação com o PRB do prefeito Marcelo Crivella, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.

Garotinho emitiu nota para falar sobre as possíveis alianças. Não confirmou nada, mas também não descartou. O político da Lapa afirmou estar em diálogo com o PRB e com o PT, mas passou longe de dizer que vai caminhar junto com os dois partidos. Ao seu já conhecido estilo, aproveitou para atacar os adversários políticos do MDB e o pré-candidato ao Guanabara Eduardo Paes, hoje DEM, a quem Garotinho classifica como representante do grupo político de Sérgio Cabral.

Presidente do PT no estado do Rio, Washington Quaquá emitiu nota negando qualquer aliança entre os petistas e o político campista. Aliás, apesar da negativa, uma aliança não seria nenhuma novidade, uma vez que Garotinho já fez parte dos quadros do partido e chegou ao Guanabara com a petista Benedita da Silva como vice. Contudo, o PT assegura que tem a professora e filósofa Marcia Tiburi como candidata a governadora. Quaquá também diz que o PT conversa com Garotinho e outras forças políticas sobre o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, condenado na Lava Jato e preso, mantém sua pré-candidatura.

Já o PRB de Crivella, que tem o senador Eduardo Lopes no comando, foi questionado sobre a possibilidade da nova união. Aliados no segundo turno de 2014, quando o político da Lapa prometeu a vitória do bispo em Campos no segundo turno — o que não ocorreu —, e no pleito municipal de 2016, Garotinho e Crivella pareciam separados ultimamente. Isso ganhou força com a possibilidade de o prefeito da capital fluminense apoiar a pré-candidatura do deputado federal Indio da Costa (PSD) ao governo do Rio.

Indio também não comenta oficialmente sobre o possível apoio do partido de Crivella ao ex-governador Anthony Garotinho. No entanto, pessoas próximas ao deputado e pré-candidato afirmam que tal fato não seria uma novidade. Eles acreditam que o bispo da Universal e o ex-governador buscam um eleitorado com mesmo perfil e não seria nenhuma novidade uma aliança na disputa deste ano. Com as convenções partidárias começando nesta sexta-feira e o limite do registro de candidatura fixado em 15 de agosto, os mistérios não devem durar muito tempo.

E se a temperatura dos bastidores da política fluminense começa a esquentar, a tendência é subir ainda mais. O instituto Paraná tem pesquisa da corrida ao Guanabara registrada no TSE para ser divulgada nesta sexta-feira. É a segunda sondagem do mesmo instituto com relação à sucessão do governador Luiz Fernando Pezão. Na primeira, o senador Romário (Podemos) apareceu na liderança, seguido por Eduardo Paes, Garotinho e Indio.

O ex-prefeito de São João da Barra José Amaro Martins de Souza, Neco (MDB), vai se retratar nas redes sociais por uma afirmação feita numa entrevista em 2015. Ele disse que ao assumir o governo tinha “um chefe de Gabinete do governo passado e até os móveis do gabinete sumiram”. Quem exercia o cargo era Edivaldo Machado, hoje secretário de Turismo de SJB. Ele usou as redes sociais para apontar onde estavam os móveis e criticou o ex-prefeito. Agora, Neco vai escrever que quando falou sobre o chefe de Gabinete “não se relacionava à pessoa do Sr. Edivaldo Viana Machado” e que “foi um equívoco esta colocação a chefe de Gabinete”.