Reunião discute queimada da cana-de-açúcar
Victor de Azevedo 12/07/2018 21:28 - Atualizado em 13/07/2018 13:13
Representantes das indústrias sucroalcooleiras da região participaram, nesta quinta-feira, no Instituto do Meio Ambiente (Inea), de uma reunião para debater o fortalecimento do cumprimento da lei 5.990/2011, que normatiza as queimadas de cana e prevê sua completa extinção até 2024. O encontro aconteceu na semana em que o município sofreu, mais uma vez, com os efeitos da fuligem, amenizados nos últimos dias pela chegada da frente fria. O presidente do Sindicato Rural de Campos, Ronaldo Bartholomeu afirmou que os produtores estão fazendo a sua parte, mas demonstrou preocupação com o futuro da classe. Já o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), Frederico Paes, destacou que as normas são cumpridas pela cooperativa.
Segundo o superintendente regional do Inea, Renê Justen, a reunião contou com a participação dos representantes das usinas Coagro, Paraíso, Canabrava e também da Agrisa, de Cabo Frio. Ele ressaltou ainda que as indústrias precisam apresentar relatórios a cada recebimento de carregamento de cana-de-açúcar.
— Fizemos uma reunião para fortalecer o cumprimento da lei, já que a safra começou agora e que as usinas têm metas a serem cumpridas. Reunimos pra saber a situação de cada uma, pra ver se estão preparadas, se estão com equipamentos para fazer a colheita de cana não queimada, toda parte de controle, relatórios que eles quem te enviar pra gente. Cada recebimento de cana na usina já tem que ter no relatório prévio se é queimada ou não —,ressaltou.
A lei afirma que as agroindústrias, produtoras de açúcar e etanol, e demais plantadores de cana-de-açúcar que utilizam a prática de queimada como método despalhador e facilitador do corte da cana, estão obrigados a adotar as providências necessárias à eliminação gradativa da prática. Nas lavouras já implantadas em áreas passíveis de mecanização da colheita, a extinção da queimada de cana terá que ser feita até 2020. Já em áreas não passíveis de mecanização até 2024.
O presidente do Sindicato Rural de Campos, Ronaldo Bartholomeu ressaltou que os produtores estão cumprindo a lei, mas demonstrou preocupação com a mão de obra futuramente. “A lei está sendo cumprida pelos produtores, todas as queimadas são informadas ao Inea, tamanho da área que vai ser queimada, localização da propriedade, tudo isso. Agora a gente só não sabe o que vai ocorrer efetivamente quando queima de cana for totalmente proibida. O que se vai fazer com essa mão de obra que depende do corte de cana pra sobreviver. O problema social é uma coisa que está por vir e que ninguém se atentou pra isso ou pensou em uma proposta a ser feita”, falou.
Já o presidente da Coagro informou que foram investidos “mais de R$25 milhões em equipamentos para corte de cana mecanizado (sem queima) e mais R$ 8 milhões na indústria (limpeza seco) para receber cana crua (sem queima)”. Ainda de acordo com Frederico Paes, a Coagro “possui 10 colheitadeiras para colher cama sem queima. Sendo seis de grande porte e quatro pequenas”. Ele também destaca o convênio com a UFRRJ, o Estado do Rio e a uma Universidade da Alemanha que desenvolveu uma máquina para pequenos produtores. “Nossa cooperativa está seguindo o que determina a Lei Estadual que prevê a extinção gradativa da queima de cana”.

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