Ponto Final - Discurso diferente da realidade
16/06/2018 09:51 - Atualizado em 21/06/2018 15:30
Discurso diferente da realidade
Sem muita surpresa, ao ser sabatinado pelo Uol, Folha de São Paulo e SBT na última segunda-feira, o ex-governador Anthony Garotinho (PRP), pré-candidato ao governo mais uma vez, desconversou quando confrontado com o fato de ter sido condenado por formação de quadrilha em 2010, sentença esta nunca cumprida. Afirmou aos jornalistas que o caso está “superadíssimo”. Para quem não se sabe. A única certeza é que não está superado para ele. Seus recursos, e do Ministério Público Federal (MPF) que sempre falou em aumentar a pena, estão no Tribunal Regional Federal (TRF), como mostra a matéria da página 2 desta edição.
Nada superado
A aparente “tranquilidade” estaria apoiada, talvez, no tempo desde a sentença, de agosto de 2010. Não deveria. Esta semana, o contraventor Rogério de Andrade foi preso na 4ª Vara Federal, onde havia ido depor, intimado em outro processo. Contra Rogério havia mandado de prisão por uma condenação de corrupção ativa, publicada em 2009, consequência da operação Gladiador, ocorrida em 2007 e que, junto com Hurricane, do mesmo ano, deram origem à operação Segurança Pública S/A, de 2008 e que resultou na condenação de Garotinho, dois anos depois. De superada, portanto, não há nada.
Intervenção
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sugeriu ontem que a intervenção federal no Rio de Janeiro seja prorrogada por mais um ano, até o fim de 2019. O decreto legislativo aprovado pelo Congresso Nacional autorizou a União a intervir no Rio de Janeiro na área da segurança até o dia 31 de dezembro deste ano. Campos, novamente figurando entre as cidades mais violentas do país, ainda não sentiu os efeitos positivos das ações da intervenção, que mais parece atender somente à capital estadual.
Água fria
O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), despejou um balde de água fria em setores do PT que ainda defendem a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gonzaga defendeu que a candidatura do presidenciável condenado pela Justiça seja impedida assim que for solicitado o registro, cujo prazo termina em 15 de agosto. Para ele, a suspensão pode ser dada “de ofício”, ou seja, sem necessidade de passar pelo plenário da Corte. “Você não pode brincar com o país. Não contem comigo pra isso”.
Sob suspeita
No Congresso Nacional, ao menos 63 deputados e 44 senadores da atual legislatura são alvos de investigação por suspeita de ter cometido o crime de lavagem de dinheiro. Em um universo de 643 crimes atribuídos aos mandatários, 108 são relativos a lavagem de recursos. Esse tipo de crime é o mais comum entre os parlamentares, segundo o site Congresso em Foco sobre a situação judicial dos congressistas.
Degradação
No Senado, mais da metade da Casa é acusada de crimes, entre eles Renan Calheiros (MDB) e Romero Jucá (MDB). A propósito, MDB, PSDB e PT lideram a relação dos partidos no Senado com mais problemas na Justiça. Na Câmara, um em cada três deputados é acusado de crimes. O parlamentar mais enrolado é Roberto Goes (PDT-AP), que acumula 18 processos.
Produtor de aço
O Rio vem ocupando a posição de Minas Gerais na produção do aço brasileiro. Dados do Instituto Aço Brasil revelam que o perfil da indústria siderúrgica tem mudado nos últimos anos. Minas, que liderava a produção desde 1967, no ano passado perdeu o primeiro lugar. A produção brasileira de aço, em 2017, chegou a 34,3 milhões de toneladas. Minas foi responsável por 30,84% deste total, o equivalente a 10,57 milhões de toneladas. Já o Rio, por 30,85%, ou 10,58 milhões de toneladas.
Competição
A produtividade nas companhias instaladas no Estado do Rio de Janeiro já é maior e indica que, nem mesmo a vocação de Minas como uma das maiores reservas de minério de ferro do país, tem sido suficiente para manter a competitividade. Convém também lembrar que em Minas estão sediadas numero considerável de siderúrgicas nacionais e internacionais.

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