Mosteiro de São Bento é restaurado
15/06/2018 18:17 - Atualizado em 21/06/2018 18:56
Divulgação
No ano das comemorações dos 370 anos da chegada dos monges beneditinos a Campos, a reforma do Mosteiro de São Bento une religiosos, intelectuais e a comunidade católica. Finalmente, a restauração desse importante patrimônio da cidade foi iniciada com a recuperação do telhado, obra com previsão de ser concluída em nove meses.
O Mosteiro de São Bento representa um patrimônio e legado deixado pelos monges desde 1648, com a chegada do primeiro religioso, Frei Fernando, que iniciou a catequese nas terras campistas e sanjoanenses. Os monges que ali passaram foram verdadeiros mensageiros da paz na evangelização e construíram ao longo destes anos 34 Igrejas, que foram repassadas à Diocese. Hoje pertencem ao mosteiro somente a igreja localizada no seu interior e outra situada no Farol de São Thomé (Igreja de Nossa Senhora das Rosas).
Além de trabalharem na implantação da fé católica, os religiosos deixaram grandes contribuições na educação e cultura. O primeiro monge, Frei Fernando de São Bento, foi importante no início da colonização da cidade, sendo administrador das terras de Salvador Correa.
Os monges ao longo dos séculos deram grandes contribuições à terra campista. O mosteiro foi construído no século XVII com rico acervo de arte sacra. Imagens e altares em madeira foram destruídos num incêndio em 1965. Segundo relatos as imagens de São Bento, Santa Escolástica e Nossa Senhora do Rosário eram em madeira.
— Nossa presença em Campos — quase 400 anos —, vai muito além de uma presença física. Com ela foi expandida a espiritualidade beneditina — o ora et labora/ reza e trabalha — e também a expansão da fé católica através da construção de igrejas, capelas, oratórios, tanto em Mussurepe quanto no Farol. A irradiação beneditina além da fé e da espiritualidade alcançou as pessoas em geral despertando um novo olhar para a educação, o trabalho agrícola, o cultivo da arte, as relações familiares, os valores humanos e morais — tudo isso a partir das relações estabelecidas com os monges residentes no referido mosteiro — disse Dom Abade Filipe Silva.
— O Mosteiro de São Bento, uma das mais imponentes construções do século XVII, situado no distrito de Mussurepe, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, faz parte da paisagem rural da Baixada Campista há 366 anos e é considerada uma relíquia do chamado barroco tardio. O Mosteiro de São Bento é um dos legados dos monges beneditinos, que chegaram a Campos em 1648 — explicou Dom Bernardo Queiroz.
— Toda a minha infância participei das missas, festas com minha família, vivi momentos muito felizes, batizei meu filho, vivi momentos de muitas alegrias e também de tristeza com perdas de familiares. Contudo, as recordações da infância me ajudam superar — conta Analidia Almeida.
A Festa de Santo Amaro se tornou uma das referências culturais e religiosas da cidade de Campos. Um legado dos religiosos que começa com a construção da capela primitiva no período de 1733-36, iniciando uma devoção que tem nos registros da igreja os testemunhos de milagres e curas por intercessão do santo.
— Os festejos em louvor a Santo Amaro são os mais importantes para a regionalidade católica, principalmente da Baixada Campista, um espaço por onde percorreram as missões jesuítas nos tempos da colonização. Santo Amaro consegue reunir em torno de seus milagres romeiros de todo país e, nesse sentido, sua santificação de faz nacionalmente, inclusive no contexto das culturas populares — acrescentou o professor Orávio de Campos Soares. (A.N.)

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