Procurador recebe ameaça de milícia
25/05/2018 23:10 - Atualizado em 28/05/2018 16:54
Chefe da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e responsável pela fiscalização dos registros das candidaturas na próxima eleitoral, o procurador Sidney Madruga recebeu ameaças de grupos milicianos e tem andado sob escolta de agentes da secretaria de Segurança Institucional do Ministério Público Federal (MPF). De acordo com reportagem do jornal O Globo, a medida foi tomada neste mês, após o MPF tomar conhecimento de um registro do disque-denúncia alertando que havia um plano, associado a milicianos, contra a integridade física de Madruga.
Por razões de segurança, o MPF não quis revelar o teor da denúncia. No dia 14 de março, a vereadora Marielle Franco, que seria candidata a vice-governadora na chapa do Psol, e o motorista Anderson Gomes foram assassinados e a principal linha de investigação aponta para o envolvimento de milicianos no crime.
Caberá ao procurador regional eleitoral, entre outras funções, pedir a impugnação de candidatos considerados fichas-sujas.
Chefe da Procuradoria Eleitoral do Rio desde 2015, Sidney Madruga disse que, pela primeira vez, é obrigado a circular protegido por seguranças. Ele afirma que, no órgão, não existem investigações em andamento sobre os redutos eleitorais usados por grupos milicianos do Rio, mas admitiu que uma das suas principais responsabilidades é garantir o equilíbrio da disputa política no Estado, permitindo que os candidatos tenham liberdade de atuar em todo o território fluminense, incluindo as áreas dominadas por organizações criminosas.
Sidney Madruga reclamou que, embora o Rio seja um dos maiores colégios eleitorais do país, a procuradoria tem uma estrutura reduzida, formada por mais três procuradores da República, um secretário e três estagiários, para fazer o rastreamento dos fichas-sujas entre todos os candidatos do Rio. (A.N.) (A.S.)

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