Agrícola vive crise sem destino
Jane Ribeiro 26/05/2018 19:11 - Atualizado em 28/05/2018 14:33
A Escola Técnica Agrícola Antônio Sarlo, no Parque Aldeia, em Campos, continua sem destino. Sem verba, a escola tem se mantido em pé precariamente. Os alunos e os pais estão com medo de que a unidade feche as portas, enquanto a direção luta para manter o ritmo de trabalho, que já soma 63 anos em atividade. Sem estrutura adequada, o colégio hoje conta com 300 alunos que cursam o Ensino Fundamental e o Médio/Técnico. A proposta de ser incorporada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) ainda não foi definida. A última reunião do Conselho Universitário (ConsUni) não houve quórum e nova data foi marcada para a próxima terça-feira. A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) chegou a realizar uma audiência pública sobre escolas agrícolas do estado na última semana, mas nada foi definido.
A Escola Agrícola fica localizada no Parque Aldeia e atende os estudantes de vários bairros, entre eles Parque Aldeia I e II, Cidade Luz e Parque São Jorge. São alunos que estão preocupados com o destino da escola. Antônio Carlos Resende cursa o 2º ano técnico e teme que a escola feche antes dele completar o curso de técnico em agronomia. “A escola tem uma história e não pode acabar. Nós estamos estudando, mas com muita preocupação. A situação de estrutura é muito preocupante. A gente vê que as colunas dos corredores estão com rachaduras, uma situação preocupante para nos estudantes. E se a escola fechar, como temos ouvido falar, eu fico preocupado em não conseguir completar o ano”, disse.
A vice-diretora Victoria Garogio informou que, apesar das recentes reuniões com a presidência da Faetec, a escola ainda passa por muitas dificuldades, sem verba para manutenção. Numa área de aproximadamente 155 hectares, a escola conta com apenas um vigia. “Nossa estrutura é precária. Temos a promessa de uma verba ainda que pequena, no valor de R$ 5mil, mas não chegou ainda. As aulas acontecem normalmente, a merenda escolar tem chegado. No último encontro tivemos a oportunidade de falar sobre os problemas da escola, que não são poucos. A Faetec diz que não quer acabar com a instituição, mas também não tem nos dado respaldo para isso”, disse.
O diretor da unidade, Marcelo de Almeida, esteve reunido com a Comissão de Educação da Alerj e na oportunidade relatou o que tem acontecido com a única escola técnica agrícola do interior do Estado do Rio. “A nossa instituição está sucateada e não tem mais recursos para se manter em funcionamento. Até esse mês, a unidade não recebeu nenhum recurso do governo. Estamos nos mantendo com a sobra de R$ 81 do ano passado e mais R$ 4 mil que a Faetec nos autorizou pegar de outra unidade”, desabafou.
Em nota, a Faetec informou que o fechamento da unidade não procede. No entanto, há interesse entre a Fundação e a Uenf sobre a incorporação da Escola Técnica Estadual Antônio Sarlo, como colégio de aplicação, à universidade.
Incorporação pela Uenf ainda é discutida
Uma das alternativas de manter a escola Agrícola em funcionamento está na incorporação pela Uenf, mas depende da aprovação do ConsUni. Várias reuniões já foram marcadas para a votação, mas nenhuma obteve quórum, uma nova data foi agendada para o dia 29 de maio. A Universidade já ocupa uma parte da instituição de ensino com laboratórios de pesquisas, mas tudo feito com muita precariedade, já que as empresas que financiam os projetos só querem viabilizar a verba se a universidade tomar posse das terras.
— A incorporação seria uma excelente alternativa para ambas as instituições. 30% da área construída são utilizadas pela universidade para os experimentos. Regularizando a situação das terras novos investimentos serão feitos e nós teríamos uma transformação no colégio. O Centro de Tecnologia Agrária ficaria responsável pelo ensino médio técnico com apoio dos nossos supervisores. Na verdade seria uma troca onde seria bom para os dois. Já com relação ao ensino fundamental existe uma grande possibilidade de um convênio com a Prefeitura de Campos assumiria. Vamos aguardar a reunião ConSuni marcado para a próxima terça-feira — informou a vice-diretora.

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